Perda de Safira traz mais dores de cabeça para Fernandes

A iminente perda do atacante Safira está gerando mais dores de cabeça para o técnico do Londrina, Márcio Fernandes. O jogador, que irá para o Belenenses, da primeira divisão de Portugal, vinha sendo um dos destaques do time e já teria rescindido contrato no final da última semana. O Londrina ainda não confirmou a saída oficialmente. “É um jogador que acrescenta muito dentro do sistema de jogo, mas fazer o quê? A gente tem que dar força para os jogadores que estão no nosso plantel, para que possamos suprir a ausência do Safira”, destacou Fernandes após o empate sem gols contra o Brusque, no sábado à noite (28).

Na entrevista pós-jogo, o treinador ressaltou que Salatiel é um nome que pode se consolidar na vaga de Safira. “Temos dado chance para o Salatiel. Eu acho que teve um bom aproveitamento na partida contra o Brusque. Ele procurou segurar, mas jogou muito isolado na frente. Era o que o jogo propiciava para a gente. Eu acho que ele fez seu papel. Quando cansou, trocamos pelo Pirambu, um jogador mais de área, de jogo mais aéreo, e tentou umas bolas altas para ele, mas é complicado jogar aqui.”

Fernandes contemporizou o fato do LEC não possuir um lateral-direito de ofício desde que os laterais de origem Talison e Ricardo Luz foram desligados. Sobre isso, o técnico foi enfático. “Eu acho que o (Matheus) Bianchi tem nos agradado, tem feito bons jogos ali pela lateral e tem feito os gols. É uma posição difícil. A gente tinha trazido o Samuel, mas ele chegou machucado e não conseguimos fazer essa contratação.”

Questionado sobre a possibilidade de conseguir mais reforços para o elenco atual, o técnico alviceleste disse que o time está buscando. “Mas não está fácil você achar um jogador de qualidade no mercado para trazer e poder vestir a camisa do Londrina e ser titular. Nós estamos tentando”, destacou. “O nosso presidente tem feito o máximo, temos conversado. Dentro do possível a gente está trazendo alguns jogadores. Eu tenho que trabalhar com o que eu tenho.” Segundo ele, não adianta ficar “chorando pitangas”, transferindo a responsabilidade. “Eu vou procurar achar soluções dentro do nosso plantel, como achamos o Bianchi, para que possamos sair o mais rápido da zona de rebaixamento”, destacou o técnico.

Em sua primeira substituição na partida contra o Brusque, Márcio Fernandes tirou Gegê e colocou Caprini no lugar, trazendo Lucas Lourenço para o meio, o que fez o time ganhar velocidade tentando buscar contra-ataques na saída de bola. Questionado se contra o Coritiba, nesta quarta-feira (1º de setembro), jogando em casa, seria uma possibilidade entrar com Caprini e Marcelinho pelas pontas e o Lucas, com mais mobilidade, no meio campo, o técnico despistou. “A gente ainda não pensou nisso. Vamos jogar contra uma equipe fortíssima, líder do campeonato. É uma equipe muito forte, que investiu muito e os jogadores ali possuem nível muito acima do campeonato. Precisamos realmente ser um time aguerrido, um time que busca todos os espaços para a gente poder vencer”, destacou.

EMPATE RUIM

Márcio Fernandes voltou a ressaltar que o importante é somar pontos. “Nós temos que ganhar todos os jogos, mas, se você perder, começa a dar valor para o empate. Hoje (sábado), se nós tivéssemos um ponto que nós perdemos do CRB, estaríamos fora da zona de rebaixamento e às vezes a gente não presta atenção nisso. Só damos valor mesmo quando a gente perde. Nós estamos buscando as vitórias, mas temos que saber que os outros times também. É uma luta constante e um perde-ganha danado. Não podemos passar em branco. É dessa forma que a gente vai sair da ZR com certeza. Temos que somar pontos. Nos jogos em casa temos que ter um aproveitamento melhor, temos que arriscar mais.”

Fernandes ressaltou que o baixo nível técnico da partida contra o Brusque foi provocado pelo que a partida proporcionou. “Realmente você não vê uma coisa bem jogada, um futebol bonito. Aqui a gente não consegue fazer isso. Você vê que o Cruzeiro conseguiu ganhar deles aqui no final do jogo, em uma falha do goleiro”, apontou.

CELSINHO

O árbitro da partida contra o Brusque, Fábio Augusto Santos Sá Junior, relatou as ofensas de injúria racial contra o meia Celsinho cometidas por uma pessoa que estava na arquibancada do estádio Augusto Bauer. Segundo descreveu o árbitro, o homem teria dito: “Vai cortar esse cabelo, seu cachopa de abelha.” O episódio foi confirmado por Celsinho e pelo gerente de futebol, Germano Schweger. O coordenador da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Luiz, identificou o autor das ofensas como sendo um dos membros do estafe do Brusque.