O ano de 2023 ficará marcado certamente como um dos piores da história recente do Londrina. O clube acumulou fracassos dentro de campo, com campanhas pífias e eliminações vexatórias, além de amargar problemas extracampo como salários atrasados, péssima relação com a torcida e o fim da parceria com a SM Sports.

Com a promessa de que seria feito um alto investimento na Série B, o time para o Campeonato Paranaense teve uma base jovem e serviria como um laboratório. Que começou no banco de reservas, com a condução do técnico Edinho, filho do Rei Pelé, do time sub-20 para o principal.

Na prática, o que se viu foi uma campanha para se esquecer e que por pouco não acabou em um rebaixamento para a Divisão de Acesso. Em 11 jogos, o LEC ganhou apenas duas partidas e Edinho foi demitido antes do término do Estadual. Com apenas 10 pontos somados - quatro empates e cinco derrotas -, o Tubarão foi o 10º colocado, ficando à frente somente dos dois rebaixados, Rio Branco e Foz do Iguaçu.

Apesar da experiência no Paranaense ligar o sinal de alerta, o Londrina não mudou o rumo do seu planejamento e pagou o preço na milionária Copa do Brasil. Já sob o comando de Omar Feitosa, que ficou somente 20 dias no cargo, o Tubarão foi eliminado logo na estreia para o desconhecido Nova Mutum, ao ser goleado por 4 a 2 no Mato Grosso.

Além da eliminação precoce, o LEC perdeu a chance de mais arrecadação com os prêmios oferecidos na Copa do Brasil aos clubes que avançam de fase. Seria um recurso importante em um ano de vacas magras e que poderia evitar a tragédia que se anunciava para a Série B.

Promessa

"Vamos montar um elenco para subir para a Série A e podem me cobrar o acesso no final do ano". Este foi o discurso do então gestor Sérgio Malucelli antes do início do Brasileiro. Palavras ao vento. Porque o planejamento feito pelo empresário foi justamente na contramão da promessa.

O Londrina apostou em jogadores desconhecidos, fora de forma ou em fim de carreira. Foram mais de 50 contratações ao longo do Nacional. Nunca houve um time base e nas últimas rodadas, com o time já rebaixado, sobrou para os garotos da base cumprirem a missão até o fim.

Com um elenco de baixíssima qualidade, não há técnico que resista. E o Londrina se superou. Entre efetivos e interinos, sete profissionais dirigiram o clube no Brasileiro: Alexandre Gallo, PC Gusmão, Eduardo Souza, Roberto Fonseca, Edson Vieira, Franco Muller e Fonseca Júnior. No total, nove técnicos comandaram o Tubarão em 2023, o mesmo número de vitórias da equipe na temporada.

O Alviceleste terminou a Série B em penúltimo lugar - foi o segundo rebaixamento em quatro anos -, com 31 pontos e 27% de aproveitamento, a pior campanha desde que o clube voltou para a segunda divisão em 2016. Foram sete vitórias, 10 empates e 21 derrotas, o time que mais perdeu na competição. Marcou 31 gols e sofreu 58, a defesa mais vazada do Brasileiro.

Parceria

Os fracassos em campo, aliados a problemas financeiros, salários atrasados, dívidas acumuladas e um distanciamento jamais visto do clube com a cidade e a torcida levaram o LEC a pedir a rescisão contratual com a SM Sports após 13 anos.

O vínculo tinha validade até 2025, mas a continuidade da parceria se tornou inviável. A rescisão foi oficializada, mas não sem muitas reuniões e discussões em uma novela que se arrastou por quase um mês. No saldo final, o Londrina preferiu assumir uma dívida de R$ 12 milhões da antiga parceira a ver a bola de neve aumentar.

O Londrina tem agora uma nova parceira e a Squadra Sports vai adquirir as ações da futura SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Foi um alento e uma perspectiva nova para o torcedor alviceleste após um 2023 para se esquecer. Que novos ventos soprem para o Tubarão em 2024.

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