O Londrina se despediu na terça-feira (31) de um dos grandes nomes da sua história. Edson Henrique dos Santos não foi jogador, não foi dirigente, mas se tornou um dos homens mais conhecidos e admirados pelos torcedores do Alviceleste por sua dedicação e amor ao Tubarão por mais de 30 anos.

Aos 69 anos, Edson Henrique faleceu durante a madrugada de ontem na UTI do HU (Hospital Universitário), após sofrer um enfarto na sexta-feira (27). O seu corpo foi sepultado no cemitério Parque das Alamandas, após um velório de apenas duas horas, em razão das determinações da Acesf (Administração de Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina) para evitar aglomeração por causa da pandemia do coronavírus.

Imagem ilustrativa da imagem Londrina se despede do 'Guardião' do VGD
| Foto: Gustavo Oliveira/Londrina Esporte Clube

Natural de Cornélio Procópio (Norte Pioneiro), o administrador do estádio Vitorino Gonçalves Dias começou a trabalhar no LEC nos primeiros anos da década de 1980, na antiga sede campestre do clube. Desempenhou funções de motorista, zelador, mas foi no VGD que a sua história se confundiu com a do clube.

Cuidava do estádio como sua própria casa e tinha um carinho especial com os jogadores da base, que moravam nos alojamentos. Carinhosamente passou a ser chamado de o “Guardião do VGD”. “Passo mais tempo aqui no VGD do que na minha casa e com a minha família”, afirmou em entrevista à FOLHA, em 2017.

REPERCUSSÃO

O ídolo londrinense Carlos Alberto Garcia lamentou a morte prematura do amigo e exaltou a dedicação de Santos ao LEC. “O que mais me conquistou no Edson foi o amor que ele também tinha pelo Londrina. Graças a Deus foi homenageado em vida”, frisou o Bem Amado.

Para homenagear o seu mais ilustre funcionário, o LEC criou em 2017 o seu memorial e deu a ele o nome de Edson Henrique dos Santos. Atual presidente e mandatário na época da inauguração do museu, Felipe Prochet destacou a história do funcionário no clube.

“Apesar deste momento de tristeza, falar do Edson é fácil. Pela sua história, por tudo que passou e pelo que fez pelo Londrina nestes mais de 30 anos. Esteve sempre à disposição para defender os interesses do clube, seja nas horas boas ou ruins”, comentou. “Fico feliz em ter participado com ele desta reconstrução do Londrina”.

O ex-presidente Claudio Canuto lembrou que em 2012 Edson Henrique ficou um ano sem receber salários no clube e mesmo assim não deixou as suas funções no VGD. “Um ser humano fantástico e uma das pessoas mais honestas com quem convivi no futebol. Vai deixar muita saudade e um vazio muito grande no clube”, afirmou.

Vários jogadores e ex-atletas do LEC se manifestaram por meio das redes sociais e lamentaram a morte do funcionário. “Eu tive o privilégio de viver com ele quando cheguei em Londrina em dezembro de 2000. Foi ele quem me recebeu e passou a cuidar de mim. Um pai para mim e para todos que tinham um sonho em ser um atleta profissional. Muito obrigado, Seu Edson”, escreveu o ex-capitão Germano, hoje gerente de futebol do LEC.

A dedicação total ao LEC lhe valeu uma condecoração na Câmara Municipal de Londrina com o Diploma de Reconhecimento Público, em 2014. Edson Henrique deixa a esposa, um filho e uma neta. E uma legião de torcedores do Tubarão órfãos, mas com um exemplo inigualável de dedicação e amor ao Alviceleste.

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