O Londrina espera por uma proposta, no mínimo, razoável ano que vem para voltar a discutir a transformação do clube em uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Segundo o novo presidente do LEC, que tomou posse na semana passada, as ofertas que chegaram ao longo de 2022 não agradaram. “Sempre aparece uma ou outra proposta. Analisamos e na maioria das vezes são valores que não são interessantes para o Londrina. Se aparecer alguma proposta vantajosa iremos discutir”, afirmou Getúlio Castilho.

O fim de semana foi marcado pelo 8º encontro de ex-jogadores do Londrina
O fim de semana foi marcado pelo 8º encontro de ex-jogadores do Londrina | Foto: Pedro Marconi

Em junho, uma assembleia geral do Tubarão aprovou por ampla maioria a mudança no estatuto do clube, abrindo a possibilidade de virar uma Sociedade Anônima do Futebol. Neste ano, o Conselho de Representantes também validou um estudo que foi contratado e calculou que a marca Londrina vale cerca de R$ 35 milhões, sem contabilizar o patrimônio e os jogadores, já que os atletas pertencem a Sergio Malucelli, o gestor.

Castilho defendeu a possibilidade do LEC se tornar um clube-empresa. “Hoje, o futebol depende muito de investimento. Se tivesse o investimento na cidade seria interessante, mas atualmente não conseguimos o dinheiro necessário para o futebol. Só ver a situação que temos. O pessoal reclama de salário e a parte econômica do País também está difícil. A SAF seria interessante desde que seja bom para o Londrina”, ressaltou.

AVALIAÇÃO

Jogadores que fizeram história no Alviceleste e que continuam acompanhando o dia a dia do time acreditam que a SAF poderá dar novo status ao Londrina. “O mundo e o futebol evoluíram. Se for melhor para o Londrina estou de acordo, porque o poder público hoje em dia não pode ajudar. Na minha época a prefeitura e a Sercomtel ajudavam, mas eram outros tempos”, pontuou o ex-zagueiro João Neves. “É uma opção que tem dado certo com outras equipes e pode ser um caminho para fazer o LEC chegar na Série A”, avaliou Mário Caetano Filho, o Marinho, ex-zagueiro.

Os atletas que já vestiram as cores do Tubarão no passado também fizeram ressalvas sobre a necessidade de haver investimentos e não só visar o lucro. “Depende de quem vai assumir (é bom). A SAF é no Brasil e no mundo inteiro. Tomara que venham pessoas que têm estrutura e com condição de fazer um trabalho administrativo, operacional e investir. Alguns põem milhões na frente para trazer resultados. Outros põem milhões para não trazer resultado nenhum. Esse é o perigo”, alertou o Bem-Amado, Carlos Alberto Garcia.

ENCONTRO

O fim de semana foi marcado pelo 8º encontro de ex-jogadores do Londrina. Nos abraços e sorrisos, a força da história. Uma seleção de craques de 1970, 1980 e 1990 que ajudou o LEC a chegar no patamar que está hoje. O evento começou na sexta-feira (9) e teve como principal atividade um jogo festivo, sábado (10), no estádio VGD (Vitorino Gonçalves Dias), atualmente “escanteado” e com uma estrutura que não lembra a dos tempos áureos.

O evento tem como um dos seus principais idealizadores Roberto Cordeiro Batista, o Robertinho, ex-atacante do LEC nos anos 1970. “Essa reunião começou em 2014 e vamos incorporando a cada ano mais ex-jogadores. Iniciamos com a turma de 1975, 1976 e 1977. Depois veio o pessoal de 1980 e 1981 e esse ano, em comemoração aos 30 anos do título (Paranaense) de 1992, o pessoal da década de 1990 está participando. É a história do Londrina em várias gerações”, valorizou.

João Neves, autor do gol que levou ao triunfo alviceleste na última partida da final do Paranaense de 1992, relembrou a conquista do tricampeonato estadual. “Foi um jogo em que estava numa boa posição. Foi um gol que marcou a minha vida e das pessoas. Estou revivendo este momento”, celebrou o ex-zagueiro.

O ex-goleiro Paulo Rogério, que fez parte da campanha de 1977 e morreu em julho deste ano, foi homenageado. Atendendo a um pedido dele, as cinzas foram jogadas na trave do Vitorino Gonçalves Dias. “A emoção sempre é diferente, mas dessa vez (o encontro) é ainda mais especial, porque a esposa do Paulo Rogério – que foi um dos meus melhores amigos – está aqui com as duas filhas. Elas foram homenageadas e para mim isso foi o ponto mais importante”, destacou Garcia.

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