O Londrina vai representar contra o Athletico e pedir punição ao rubro-negro no TJD-PR (Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná) pelo caso de injúria racial praticado por um torcedor contra o lateral Samuel Santos, no jogo de domingo (20), pelas quartas de final do Campeonato Paranaense, na Arena da Baixada.

Jogadores do Londrina e o árbitro identifica o torcedor que xingou o lateral Samuel Santos na Arena da Baixada
Jogadores do Londrina e o árbitro identifica o torcedor que xingou o lateral Samuel Santos na Arena da Baixada | Foto: Rui Santos/Onzex Press e Imagens/Folhapress

O crime aconteceu aos 30 minutos do segundo tempo, quando o jogador do LEC foi cobrar um lateral e acabou sendo xingado pelo torcedor de "seu preto, Vera Verão". O ocorrido foi relatado na súmula pelo árbitro Rodolpho Toski Marques.

"Vamos ingressar com uma notícia de infração no TJD requerendo que o Athletico seja punido pela prática da sua torcida, já que o código de justiça desportiva prevê que a responsabilidade é objetiva nestes casos. Quando há algum distúrbio ou infração da torcida, o clube é punido e acaba pagando pelas atitudes de seus torcedores", explicou o advogado do LEC, Eduardo de Vargas Neto.

O autor da agressão foi identificado e encaminhado à delegacia, onde foi autuado em flagrante pelo crime de injúria racial. Na noite de domingo, o delegado responsável pelo caso arbitrou uma fiança de R$ 500 e o acusado foi liberado após realizar o pagamento.

"O jogador representará em face do agressor para que ele seja punido nos rigores da lei. O caso de injúria racial até pode ser alterado para o crime de racismo, que é uma situação mais complicada e com punição mais severa", frisou o advogado do LEC.

Em caso de condenação pelo crime de injúria, a pena pode ser de um a três anos de detenção e multa. Já no caso de racismo, a pena pode ser de dois a cinco anos de reclusão, além de multa.

Por meio das redes sociais, Samuel Santos mostrou toda a sua indignação com o ocorrido. "Fui vítima de um dos crimes mais cruéis e repugnantes que esse mundo já viu: o racismo. Ao contrário de outros casos, desta vez não passará impune. Tenho orgulho da minha raça, amo a minha cor e não irei abaixar a cabeça para racistas".

Em uma nota oficial, o Londrina lamentou o episódio e repudiou o ato de cunho racista e preconceituoso e afirmou que todo o apoio tem sido oferecido ao jogador. O Athletico, em seu site oficial, fez uma postagem lembrando que 21 de março é o dia internacional contra a discriminação racial e que medidas administrativas internas estão em andamento no clube. "O clube não tolera e não tolerará qualquer tipo de discriminação racial em seu estádio. Rubro-negro é quem tem todas as raças", escreveu.

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