As equipes de handebol feminino e futebol americano da cidade de Londrina vão utilizar a marca do Londrina Esporte Clube. O parecer foi aprovado pelo conselho do clube em outubro. Atualmente, os contratos estão em fase de formulação e vão entrar em vigor a partir do ano que vem. Com as novas integrações, o LEC passa a ter representantes em oito modalidades esportivas: futebol masculino e feminino, futsal feminino, beach soccer masculino, futebol de botão e kickboxing, além das duas novidades.

Segundo o presidente Getúlio Marques Castilho, essas ações fazem parte do planejamento. “Sempre foi intuito da diretoria e do conselho uma aproximação com a população em geral, inclusive para dar maior visibilidade aos esportes amadores”, informa. Ele explica o funcionamento da parceria: “O Londrina apenas faz a cessão da marca e não tem nenhuma responsabilidade de cunho trabalhista”.

“Veio em muito boa hora”

A equipe do Londrina Handebol Feminino comemorou a decisão, que era cogitada desde o início de 2023. De acordo com a auxiliar técnica Camila Tsuzuki, 37 anos, que foi quem sugeriu a ideia, tudo iniciou com brincadeiras. “Sempre foi um sonho de atleta vestir as cores do Tubarão. Sou nascida e criada na cidade. Quando entrei na comissão técnica, brincava com o professor Vinícius Garcia (31 anos) sobre mandar um projeto”, diz.

Ela conta que começou a pensar seriamente na parceria quando enxergou o LEC como um clube de esportes, não somente de futebol: “A equipe de futsal feminino me inspirou. Pensava ‘por que não com o handebol?’”.

A reunião de apresentação do projeto ocorreu em maio. Até chegar o dia em que a aprovação foi confirmada, incertezas apareceram no caminho. “Foi uma mistura de esperança com desânimo. Achei que não ia dar certo, até receber a mensagem durante um treino. Parecia criança ganhando um brinquedo novo”, descreve Tsuzuki.

No calendário de 2024, o Londrina Handebol Feminino tem o Campeonato Paranaense, Jogos da Juventude, Jogos Abertos e um possível Campeonato Brasileiro
No calendário de 2024, o Londrina Handebol Feminino tem o Campeonato Paranaense, Jogos da Juventude, Jogos Abertos e um possível Campeonato Brasileiro | Foto: Reprodução/Londrina Handebol Feminino

A auxiliar também destaca o amor com que as atletas vestem o uniforme mesmo sem receber um salário. Pamella Bavia, 35 anos, por exemplo, é uma das jogadoras. Ela afirma que ficou animada com a notícia: “A galera ama o Tubarão! Para nós é uma baita honra. Estou super empolgada com os frutos que vamos colher”.

Embora o projeto não tenha fins lucrativos, o treinador Vinícius Garcia afirma acreditar que a parceria vai reforçar a reestruturação da modalidade e projetar as competições de 2024. “Vai ser de extrema importância para aumentar a divulgação do projeto (que começou em 2016), nossa visibilidade e atrair novos praticantes e apoiadores. Teremos um escudo reconhecido e muito respeitado no meio esportivo”, avalia.

Do Javali para o Tubarão?

“Vai ser a maior briga. Estamos com o javali desde 2009. A saída dele será difícil. Mas também vamos adotar o Tubarão. Queremos usar este primeiro ano para analisar.” É o que comenta o atual presidente do Londrina Bristlebacks, Rafael Algarte, 40, sobre a possibilidade de trocar a mascote do time de futebol americano pela do LEC. Já em relação aos escudos, ele pontua que a intenção é unir os dois.

No caso do Bristle, o convite de fechar o acordo veio do próprio Londrina e de forma inesperada. “Quando chegou o (projeto) do handebol, o Londrina me mandou mensagem. Perguntou se não gostaríamos de mandar o nosso também. Conversei com a diretoria e levamos adiante”, detalha. Ele também menciona que ambos mantêm contato há cerca de um ano por conta dos jogos da equipe que ocorreram no Estádio VGD (Vitorino Gonçalves Dias).

O Londrina Bristlebacks completou 10 anos de existência na última quarta-feira (25)
O Londrina Bristlebacks completou 10 anos de existência na última quarta-feira (25) | Foto: Invictus Fotografia Esportiva | @invicutsfotografia

De acordo com Algarte, o processo será feito com cautela: “Por questões estruturais, logísticas, financeiras e de patrocínio, vamos fazer uma mudança gradual”. No entanto, a expectativa é boa. “Todo mundo ama o LEC. Para alguns atletas com quem conversei, é a realização de um sonho. Será um orgulho enorme para o Londrina Bristlebacks vestir o alviceleste”, completa.

Um dos jogadores que festejaram o feito foi Fernando Ohashi, 41 anos, ex-presidente e um dos fundadores do time. Ele relembra que o início foi desafiador e os diretores ajudaram no crescimento da equipe. “É um sentimento de realização profunda e duradoura”, finaliza Ohashi.

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