No dia em que completa 68 anos, o Londrina ainda vive algumas incertezas em relação ao futuro. A transição para o modelo de SAF (Sociedade Anônima do Futebol) não foi concluída e gera uma preocupação do torcedor quanto ao planejamento para a disputa da Série C do Brasileiro, principal objetivo da temporada, e que começa em duas semanas.

Após apresentar a proposta para a SAF em dezembro ao Conselho, Bellintani voltou a Londrina para tentar concretizar o negócio com o LEC
Após apresentar a proposta para a SAF em dezembro ao Conselho, Bellintani voltou a Londrina para tentar concretizar o negócio com o LEC | Foto: Londrina EC

Desde o fim do ano passado, o Alviceleste tem passado por inúmeras mudanças no seu departamento de futebol com o fim da parceria com a SM Sports, que durou 13 anos, e a chegada da Squadra Sports, que teve a sua proposta para adquirir 90% das ações da futura SAF do LEC aprovada pelo Conselho de Representantes e pelos associados.

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Na prática, a empresa que tem sede em Salvador e é presidida por Guilherme Bellintani, ex-presidente do Bahia, comanda o futebol do clube desde o início de 2024, mas tem sido o Londrina o responsável por pagar as contas. Com o caixa já zerado, o LEC espera a concretização da burocracia da SAF nos próximos dias para que a Squadra Sports possa colocar em prática a promessa de investir R$ 100 milhões no futebol do clube em seis anos.

A maior parte dos passos para a efetivação da SAF já foi dada e agora clube e Squadra trabalham na confecção final da minuta que vai nortear a nova empresa. Com a chegada de Bellintani a Londrina na quarta-feira (3), o LEC espera finalizar os últimos ajustes do contrato. Após uma nova reunião entre as partes a sensação foi de otimismo.

"Avançamos em vários temas e acreditamos que até o final de semana teremos a redação final do contrato para ser apresentado na semana que vem aos conselheiros", afirmou à FOLHA um dos integrantes da comissão formada no clube para a criação da SAF.

Além do investimento no futebol, a Squadra promete injetar R$ 39 milhões para a construção de um CT e pagamento de dívidas do clube. A indefinição sobre o centro de treinamentos também tem gerado problemas no dia a dia do departamento de futebol.

A rescisão de contrato com a SM Sports previu que o LEC poderia utilizar o CT do empresário Sérgio Malucelli até o fim de março. A Squadra anunciou então que o VGD seria reformado para abrigar os treinos a partir de abril e um novo CT seria construído para começar a ser utilizado em 12 meses. Com o atraso das obras e com o gramado do VGD sem condições de receber treinos, a empresa de Bellintani voltou atrás e decidiu alugar o CT da SM Sports por dois anos.

Mas o acordo ainda não foi oficializado e Malucelli tem "emprestado" por enquanto o espaço para o Londrina treinar, mas não sem gerar desconforto. Na quarta-feira, os times sub-20 e sub-17 foram impedidos de entrar no CT e os treinos foram cancelados. A medida restritiva ainda não atingiu a equipe principal, mas se o contrato de aluguel de R$ 80 mil mensais não for oficializado até o final de semana, o LEC deve voltar a ter problemas para treinar na próxima semana.

Diante destas incertezas fora de campo, o técnico Emerson Ávila prepara o time para a Série C. Após cair nas quartas de final do Paranaense, o elenco foi reformulado e o treinador tem um grupo de apenas 22 jogadores neste momento. Sete reforços foram anunciados seguindo a mesma linha de contratações dos últimos anos: jogadores desconhecidos e que pouco empolgam o torcedor.

A bola no Brasileiro rola a partir do dia 20 - a estreia será em Aracaju diante do Confiança - e a torcida espera que este Londrina quase setentão possa driblar todos os problemas e as desconfianças para alcançar o objetivo de voltar à Série B e ter mais o que comemorar em 2025.