"Se quiser ser homenageado, o caminho é do sentimento e do amor. Ninguém conquista só jogando", destacou o ex-jogador
"Se quiser ser homenageado, o caminho é do sentimento e do amor. Ninguém conquista só jogando", destacou o ex-jogador | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Considerado um dos maiores jogadores da história do Londrina, Carlos Alberto Garcia foi eternizado. Não só no coração dos torcedores alvicelestes e na trajetória do clube. O ex-jogador agora também está perpetuado em forma de estátua. Nesta sexta-feira (28), o LEC inaugurou oficialmente a escultura em homenagem ao “Bem-Amado” em uma cerimônia restrita à imprensa e autoridades no centro de treinamentos da SM Sports. A iniciativa para a escultura partiu da diretoria do clube.

A estátua tem quase dois metros de altura e pesa cerca de 150 quilos. Foi feita a partir de fibra e cimento por uma empresa especializada da cidade. A estrutura retrata uma cena marcante na vida de Garcia e, principalmente, do passado do Tubarão: o gol da vitória por 1 a 0 em cima do Corinthians, em fevereiro de 1978, pelo Campeonato Brasileiro de 77. Na comemoração, o então atacante ajoelhou no gramado e levantou as mãos, em um gesto marcante da histórica campanha que levou o LEC à quarta posição na Série A.

A vitória levou a equipe para a semifinal do Brasileirão daquele ano. O jogo ainda teve um ingrediente especial. O estádio do Café estava lotado, com o maior público presente desde a construção do palco esportivo: 54.168 pessoas, recorde que perdura até hoje. Sem esconder a emoção, Carlos Alberto Garcia afirmou que nunca imaginou ter uma deferência tão grande e lembrou de figuras da época em que atuou no Corinthians que também receberam homenagem parecida.

“Lá (no Parque São Jorge) tem busto do Baltazar e do Luizinho. Sempre que vou lá choro e me emociono, porque os dois foram meus treinadores. No futebol você aprende muita coisa. Nunca imaginei que fosse chegar no Londrina. Tive a graça de Deus de ser abençoado como jogador. Se quiser ser homenageado, o caminho é do sentimento e do amor. Ninguém conquista só jogando”, destacou, dando a dica para as futuras gerações de atletas.

O “Bem-Amado” também citou a relação de carinho e admiração que mantém com a cidade e com os torcedores. “Fazia gol e a torcida me acompanhava, jogava beijinho e as pessoas jogavam beijinho para mim. Até hoje, no meu trabalho, o futebol me abre as portas. Esse amor é indescritível”, resumiu. Garcia atualmente trabalha com consórcios. Nestes mais de 30 anos desde que deixou as chuteiras – ele se aposentou como jogador profissional em 1986 - também foi vereador e presidente do Londrina.

FAMÍLIA

De gestos simples e humildade no tratamento com todos a sua volta, o eterno camisa oito ressaltou a importância da família e dos amigos, que segundo ele, valem mais do que qualquer dinheiro. “Chorei muito (quando via estátua pela primeira vez). Pensei em Deus, na família, nos filhos, netos. A gente sonha em nosso nome ficar perpetuado no coração das pessoas e isso, de geração em geração, vai acabando. Pensava: daqui a pouco some tudo. Com essa estátua veio um filme na cabeça e só penso em coisas boas”, definiu.

DESTINO

A estátua ainda não tem um local definido para permanecer. Por enquanto, deverá ficar exposta de forma itinerante. “Foi uma honra para nós recebermos o Carlos Alberto Garcia aqui e essa homenagem sendo lançada no centro de treinamentos. É uma pessoa nota mil. Desde que cheguei em Londrina sempre tem nos apoiado em tudo, até mesmo vindo conversar com os jogadores algumas vezes. Uma pessoa muito importante para a história do Londrina”, valorizou Sérgio Malucelli, gestor do clube.

Torcendo para a estátua ser instalada no estádio do Café, Garcia já tem uma certeza sobre o destino da homenagem. “Onde determinarem e ela for, eu vou atrás”, brincou o também bem-humorado Carlos Alberto Garcia.

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