Ex-jogadores cobram reação do Londrina na Série B
Ídolos como Garcia e Márcio acreditam que união do elenco pode salvar o LEC da zona do rebaixamento nesta reta final
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 14 de novembro de 2019
Ídolos como Garcia e Márcio acreditam que união do elenco pode salvar o LEC da zona do rebaixamento nesta reta final
Lucio Flávio Cruz - Grupo Folha
Pela primeira vez na temporada o Londrina sente o peso de estar na zona do rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro. A derrota para o Criciúma deixou o Tubarão entre os quatro últimos e o time terá apenas três rodadas para tentar evitar uma queda para a Série C.
A FOLHA conversou com alguns ex-ídolos alvicelestes para tentar entender a fase delicada do time. Carlos Alberto Garcia lamenta o momento ruim e afirma que não esperava que o time chegasse nesta situação. "Pela experiência do (Sérgio) Malucelli no futebol, não imaginava que chegaria a este ponto", comentou.
Garcia frisou que o que mais preocupa nesta reta final é a falta de reação do elenco. "Tudo que podia ser feito aconteceu. Se ofereceu bicho, os atletas foram criticados, elogiados e nada surtiu efeito. Agora só depende dos jogadores, mas estou assustado porque o time não tem forças para reagir, parece uma equipe sem vida, sem alma", apontou.
Para o zagueiro Márcio Alcântara, campeão estadual em 1992, não há muito o que tirar tecnicamente da equipe e, por isso, o caminho é ver quem realmente quer jogar. "Tem que conversar, unir o grupo e ver quem tá afim de jogar e quem não está, porque neste momento o time está conseguindo ser pior que qualquer adversário", ressaltou.
Na opinião de Alcântara a crise interna que gerou a saída do técnico Alemão foi o início de uma sequência de erros que fizeram com que o time se enfraquecesse a cada rodada. "É nítido que o psicológico do time esta abalado e isso reflete também neste número alto de lesões. Mas o Londrina ainda não caiu e o torcedor tem que acreditar até o final e ir no estádio apoiar a equipe", frisou.
A campanha ruim e a pressão por resultados e vitórias, segundo o psicólogo do Esporte, Jorge Luís Ribeiro, pode ter criado no elenco do Londrina o que a psicologia define como angústia de aniquilamento. "É quando o golpe final está muito próximo de acontecer", explicou o presidente da Apep (Associação de Psicologia do Esporte do Paraná). "Isso gera angústia, estresse e ansiedade. Me parece que o Londrina vive uma fase de overtraining e síndrome de Burnout".
O profissional lembrou que muitas vezes se treina muito, mas os objetivos não são alcançados e isso gera um estresse coletivo, que tem como consequência o abandono do jogo e a falta de vontade de seguir em busca das metas. "Futebol é um espelho daquilo que o jogador recebe. Se ele ganhou apoio ou não. A técnica e a tática são importantes, mas a cabeça precisa estar boa também. Muitas vezes as equipes não conseguem fazer esta virada, porque também refletem o que recebem da comissão técnica e da diretoria", afirmou.
Saiba mais sobre o LEC