O Estádio do Café completa neste domingo (22) 45 anos com um projeto que precisa ser atualizado para os tempos atuais a fim de receber os jogos. A avaliação é do presidente da Fundação de Esportes de Londrina (FEL), Marcelo Oguido, em entrevista à FOLHA. “É um estádio que eu gosto bastante, tenho um carinho muito grande e desde pequeno acompanho os jogos do Londrina. Acredito que o Café é muito importante, mas como é bastante antigo, tudo muda. É outro momento. A estrutura para hoje é antiga. Precisamos fazer ajustes, inclusive de laudo para o Corpo de Bombeiros. Não podemos mexer hoje, porque seria necessário alterar toda a estrutura do local para adequá-lo às exigências dos bombeiros”, destaca.

Imagem ilustrativa da imagem Estádio do Café completa 45 anos com projeto desatualizado
| Foto: Isaac Fontana/Framephoto/Folhapress

Inicialmente, o Estádio do Café foi concebido para receber 40 mil torcedores sentados e 60 mil ao todo, incluindo as áreas de circulação. No jogo de inauguração, realizado em 22 de agosto de 1976 (um domingo), 41.428 pagantes assistiram ao empate por 1 a 1 entre o Londrina de Carlos Alberto Garcia e o Flamengo de Zico.

O projeto original do Café previa o fechamento do anel da arquibancada, com cobertura na sua totalidade, que elevaria a capacidade para 100 mil pessoas. Um restaurante panorâmico também seria construído onde hoje existem os vestiários. Esse projeto, no entanto, nunca foi executado em sua totalidade.

O pouco público que tem frequentado o estádio nos últimos anos, mesmo antes da pandemia, não justifica que o anel de arquibancada seja fechado, mas há melhorias necessárias que devem ser realizadas, incluindo as torres de iluminação, que precisam seguir o padrão de 1.600 lúmens exigido pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol). O sistema atual proporciona apenas 300 lúmens. O estádio também precisa implantar um projeto de acessibilidade para pessoas com deficiência, atualizar as estruturas das cabines de imprensa, adequar os assentos ao Estatuto do Torcedor, assim como implantar uma vigilância permanente por meio de câmeras de monitoramento.

“Eu consegui uma suplementação orçamentária do secretário de Planejamento, Marcelo Canhada, para realizar a pintura do estádio. É um presente para o estádio. Há uma emenda, que já existia quando eu assumi, de R$ 500 mil para implantar a acessibilidade no local, no entanto o orçamento total do projeto é de R$ 1,4 milhão. Nós vamos fazer em duas etapas e só poderemos iniciar o projeto se dermos funcionalidade ao local", diz Oguido.

OBRAS

O presidente da FEL explica que executando as obras dos vestiários é possível dar essa funcionalidade e realizá-la em duas etapas. “A melhoria da iluminação também está na mesma situação. Nós temos uma emenda do deputado federal Filipe Barros de R$ 1,9 milhão, mas o projeto ficou em R$ 3,4 milhões. O torcedor acha que é só trocar a iluminação atual e colocar led, mas isso não é real.”

Segundo ele, o problema é a distância e a altura da torre de iluminação, porque será necessário subir a estrutura em 17 metros para iluminar sem ofuscar a vista dos jogadores. “Do lado das cadeiras cativas também é preciso subir a altura das torres, porque se trocar a atual por led, metade da iluminação irá bater no teto, mas a estrutura das torres não suporta esse acréscimo de altura, já que elas foram dimensionadas para o peso que possuem hoje”, destaca. Com essa verba da emenda, seria possível realizar as obras em duas etapas também. “Nós trocaríamos os postes e colocaríamos os primeiros leds para dar funcionalidade. Já dobraria o número de lúmens, de 300 para 600 lúmens. Faltaria ainda ampliar mais mil lúmens, mas isso teria de ser feito em uma segunda etapa, por meio de mais emendas”, declarou.

MELHORIAS

Sobre a cobertura das cadeiras cativas, Oguido esclarece que ainda não se envolveu com projeto algum nesse sentido e que assim que começar a mexer nas torres pode fazer um estudo das condições da estrutura para poder fazer a manutenção. “Não podemos dar benefícios para empresas com fins lucrativos ao realizar os projetos. Tudo precisa seguir um edital”, pontua.

A melhoria mais recente do estádio foi a criação de uma sala para receber o VAR, que será inaugurada no aniversário do estádio, neste domingo, no jogo Londrina x Brasil de Pelotas, com toda a estrutura para receber a equipe que atuará nas partidas e os seus respectivos equipamentos.

REFORMA DO GRAMADO

Recentemente, o técnico do LEC, Márcio Fernandes, tem criticado a qualidade do gramado, algo que o presidente da Fundação de Esportes detectou. Marcelo Oguido anuncia que a descompactação do piso já foi assinada, mas é preciso realizar uma reunião com o Londrina para ver uma janela nos jogos e realizar o trabalho, porque é necessário um mês de intervalo nas partidas para que isso seja realizado. “A irrigação está sendo feita, tem um trator específico para a grama, mas tivemos três geadas e tivemos que controlar para não piorar. A demanda de jogos foi grande, mas a grama é como uma massa de bolo, precisa de um tempo para crescer”, justifica.

Oguido reforça que o estádio do Café é um marco da cidade. “Ele leva o nome da cidade para todo o Brasil, com o LEC nos representando. É um espaço importante”.