De olho no futuro, Tubarão comemora 63 anos de história
Londrina fez aniversário na sexta-feira e promoveu festa com churrasco no VGD; projeto que quer transformar estádio em arena foi apresentado aos torcedores
PUBLICAÇÃO
domingo, 07 de abril de 2019
Londrina fez aniversário na sexta-feira e promoveu festa com churrasco no VGD; projeto que quer transformar estádio em arena foi apresentado aos torcedores
Vitor Ogawa - Grupo Folha

Em comemoração aos 63 anos, o Londrina Esporte Clube realizou neste sábado (6) uma festa de aniversário no Estádio Vitorino Gonçalves Dias, o VGD, onde também foi apresentado o projeto que pode transformar o estádio em uma moderna arena multiuso.
O clube promoveu um almoço com costela fogo de chão em que os convites foram comercializados ao público geral, com direito a camisa comemorativa, boné, caneca e chope liberado.
O diretor de comunicação e conselheiro do LEC, Mirko Sandro Bressanine, ressaltou que 63 anos é um marco para Londrina. “Em todos estes anos conquistamos muitas glórias e vitórias. Há nove ou dez anos atrás tivemos decepções, muitas derrotas, mas tivemos muito mais alegrias que decepções. Hoje estamos na Copa do Brasil, próximo de passar para a próxima fase. Estamos entre os quatro clubes do Paraná, como sempre tivemos e sempre vamos continuar”, declarou.

Durante o almoço de confraternização, os convidados puderam conhecer parte do projeto denominado Arena VGD, que visa transformar o antigo palco de glórias do alviceleste em uma arena multiuso.
Bressanine explicou que a Arena VGD será de padrão FIFA. “Temos alguns parceiros interessados. O que precisamos hoje a concessão de uso. Temos a cessão, que nos permite usar o imóvel, mas se tivermos a concessão, poderemos explorar. Os parceiros do Londrina querem ter uma vantagem comercial, para ter o retorno do investimento”, destacou.
“Nós teríamos 10 mil cadeiras cativas, duas rampas de acesso para arquibancada com capacidade para cinco mil pessoas cada. Teríamos melhorias no vestiário, nas arquibancadas, e no entorno do VGD”, acrescentou.

Sobre a crítica de falta de estacionamentos nas proximidades do VGD, ele afirmou que o espaço terá mais estacionamento que o Estádio do Café.
“Não haverá necessidade de construir estacionamento subterrâneo. Temos hoje outros locais nas proximidades que têm estacionamento, como a rodoviária, um hipermercado, e outros estabelecimentos que possuem centenas de vagas para automóveis. Temos a mobilidade para quem depende de transporte coletivo ou Uber ou táxi, já que o VGD fica no centro da cidade", argumentou.
Ele ressaltou que o arquiteto que elaborou o projeto se especializou estudando arenas do mundo inteiro. “A nova arena vai mudar economicamente a região. Para financiar a construção disso, temos 10 mil cadeiras cativas que podem ser comercializadas a R$ 5 mil, divididas em 36 meses. Isso é totalmente viável. No entorno teremos lojas, shopping e restaurantes”, destacou.
Procurado pela FOLHA, o ex-presidente do LEC e atual vereador Felipe Prochet ressaltou que seria necessário mudar o termo de cessão para uma concessão e isso só pode ser feita por licitação. “Esse projeto precisa partir do Executivo”, explicou.
63 anos de glórias

O ex-jogador David se recorda do dia 21 de agosto de 1999, quando o Londrina venceu o Remo pelo Campeonato Brasileiro da Série B. A vitória veio nos últimos minutos, em pleno VGD e o gol foi dele. “Para mim, que sou londrinense, é um orgulho. Comecei a minha carreira no Londrina e tive o prazer de chegar até o profissional e fazer gols pelo time. Para mim, esse gol foi um dos mais importantes de minha carreira, porque fiz defendendo a cidade que nasci. É gostoso demais e é um orgulho. A vida da gente sempre foi o futebol e hoje comemorar o aniversário do time em que joguei não tem preço. Hoje, meu filho Willian, é treinador de goleiro da base do LEC. É muito bom vê-lo trilhar esse caminho”, destacou.
O vendedor João César Oliveira, 52 anos, foi à festa para participar do aniversário do Londrina. Morador de Cambé, ele relata que vinha a Londrina assistir os jogos na carroceria de caminhão. “Era um pau de arara. Eu me apaixonei pelo Londrina quando ele disputou e conquistou a Taça de Prata, em 1980”, afirmou.
“O Londrina pode jogar bem ou mal, mas a torcida precisa ficar ao lado do time. É preciso ter essa identificação”, cobrou. “Sou um dos 2 mil torcedores que vai ao estádio sempre”, acrescentou. Ele estava vestindo uma camiseta do Londrina com um autógrafo do atacante Paulinho Moccelin. “Ele sempre será ídolo nosso. Ele ajudou muito o Londrina na batalha da Série B. Eu acho que ele se identifica muito com o nosso time”, destacou.
O vendedor Hugo Santos Filho, 59, torce pelo Londrina há 35 anos e celebrou os 63 anos do clube próximo às arquibancadas do VGD tocando um pandeiro e cantando sambas. “O momento mais marcante para mim foi a vitória contra o Grêmio de Maringá, em 1981, quando Carlos Alberto Garcia marcou o gol de cabeça. Eu estava no estádio com meu finado pai, minha irmã, meu finado tio. Muita gente se foi mas fica aquela saudade de um momento marcante e extraordinário no meu coração”, afirmou.
Ele ressaltou que o samba está sempre presente nas preliminares e no pós- jogo. “Espero que o Tubarão seja vencedor e suba para a Série A, o meu maior sonho de vida”, declarou.
A ata de fundação do Londrina Esporte Clube foi redigida por Paulo Carvalho Braga, no dia 5 de abril de 1956. A primeira diretoria, apresentada por Wallid Kauss e eleita por aclamação, contava com cinco "presidentes de honra": o prefeito Antonio Fernandes Sobrinho, o juiz Ismael Dorneles de Freitas, Julio Fuganti, Leônidas Rezende e Pietro Calloni. Mal sabiam eles que o clube alcançaria 33 títulos da equipe profissional nesses 63 anos de história.

