A péssima campanha do Londrina na Série B é reflexo do planejamento feito pela gestão de futebol em 2023. Ou da falta dele. A constante chegada e saída de jogadores e treinadores reflete no desempenho em campo. O LEC fechou o primeiro turno do Brasileiro com o pior desempenho desde que voltou a disputar a competição, em 2016.

Principal contratação do ano, Júnior Dutra conviveu com lesões e deixa o LEC com apenas sete jogos e um gol marcado
Principal contratação do ano, Júnior Dutra conviveu com lesões e deixa o LEC com apenas sete jogos e um gol marcado | Foto: Londrina EC

A derrota para o Botafogo-SP, na segunda-feira (24), no estádio do Café, aumentou a crise no Alviceleste. O clube terminou a primeira metade da competição na penúltima colocação, com 14 pontos. Como consequência, a direção de futebol decidiu rescindir o contrato de seis jogadores ontem. Já não fazem mais parte do clube o zagueiro Patrick, que recebeu uma proposta de fora do país e pediu para sair, os laterais Leo Morais e Nicolas, o volante Natham e os atacantes Júnior Dutra e Clayton. A promessa do clube é voltar ao mercado em busca de ao menos mais três reforços até o dia 2 de agosto, quando fecha a janela de transferências.

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O Londrina fechou o primeiro turno da Série B na penúltima colocação, com 14 pontos, e apenas 24% de aproveitamento. Foram 19 jogos, com quatro vitórias, dois empates e 13 derrotas - é o time que mais perdeu na competição. São 17 gols marcados e 31 sofridos, a defesa mais vazada do Brasileiro. O LEC venceu apenas um jogo nas últimas 12 rodadas.

É a pior performance do clube em uma primeira parte de Série B desde que voltou a disputar a competição, em 2016. Em 2019, ano em que caiu, o LEC terminou o primeiro turno em 11º, com 25 pontos. Em 2021, quando passou 32 rodadas na zona do rebaixamento e escapou da queda apenas no último jogo, foram 19 pontos e a 17ª posição. No ano passado, o Tubarão fechou o primeiro turno em sétimo, com 26 pontos.

A campanha de 2018 traz um pouco de esperança para o torcedor alviceleste. Naquele ano, o time que era liderado pelo atacante Dagoberto terminou o primeiro turno na ZR, com 21 pontos. Fez um returno de G4, somou 34 pontos, brigou pelo acesso até as últimas rodadas e fechou a competição em oitavo lugar, com 55 pontos.

Nas 19 rodadas que ainda terá pela frente, o Londrina precisa buscar 30 pontos para fechar com 44, pontuação que deve garantir a permanência na Série B. De acordo com o Departamento de Matemática e Estatística da Universidade Federal de Minas Gerais, o LEC hoje tem 75% de probabilidade de queda. Segundo ainda a UFMG, a equipe que somar 45 pontos teria apenas 4% de chance de ser rebaixada. Para buscar a reação no Brasileiro, o Tubarão terá um confronto direto no sábado (29) diante do lanterna ABC, que soma 12 pontos, em Natal.

Rotina

As mudanças no elenco não são uma novidade no LEC. Ao longo desta temporada, a SM Sports fez 55 contratações e 56 jogadores entraram em campo nos 31 jogos oficiais que o Tubarão disputou até agora no ano. A falta de uma base se justifica pela constante troca de treinadores. Já passaram pelo comando da equipe em 2023: Edinho, Omar Feitosa, Alexandre Gallo, PC Gusmão e o atual, Eduardo Souza. Neste período, foram ainda dois interinos: Edson Vieira e Franco Müller. O Londrina só venceu seis partidas na temporada.

Dos jogadores liberados ontem, Patrick era o único titular. Leo Morais e Júnior Dutra entraram no segundo tempo contra o Botafogo. Já Natham e Nicolas foram pouco aproveitados e Clayton não joga desde o Campeonato Paranaense, quando passou por uma cirurgia no tendão de Aquiles no fim de janeiro e ainda não havia se recuperado totalmente.

Entre as saídas, a maior decepção fica por contra de Júnior Dutra. Principal contratação do clube para 2023, o experiente atacante enfrentou inúmeros problemas físicos e jogou pouco. Foram apenas sete jogos, dois como titular, desde janeiro - três no Paranaense, um na Copa do Brasil e três na Série B - e somente um gol marcado.

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