Jogadores e torcedores do Palmeiras comemoram título na Barra Funda
Festa aconteceu no entorno do Allianz Parque na quinta-feira e contou com milhares de torcedores; Verdão chega a 12 títulos brasileiros
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quinta-feira, 07 de dezembro de 2023
Festa aconteceu no entorno do Allianz Parque na quinta-feira e contou com milhares de torcedores; Verdão chega a 12 títulos brasileiros
Folhapress
Após a conquista da taça do Campeonato Brasileiro, no Mineirão, em Belo Horizonte, na noite de quarta-feira (6), após o 1 a 1 com o Cruzeiro, os jogadores do Palmeiras desembarcaram no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na madrugada desta quinta-feira (7).
Eles foram recebidos por poucas pessoas e seguiram, em ônibus, para o Centro de Treinamento da Barra Funda, onde comemoraram a vitória com uma multidão de palmeirenses.
Com celulares nas mãos e gritos de "é campeão", dezenas de torcedores receberam os jogadores no início da manhã nos arredores do Centro de Treinamento. Muitos deles passaram a madrugada acordados à espera da equipe.
Os atletas subiram em um trio elétrico, com a taça nas mãos. Uma bateria de fogos de artifício fez parte da comemoração, assim como músicas e gritos de torcida. Os fogos foram ouvidos em vários bairros da região central.
"Estou muito feliz. Foi um campeonato fantástico", disse a empresária Leila Pereira, presidente do Palmeiras e da instituição financeira Crefisa em rápida entrevista ao Hora 1, da TV Globo, na chegada a São Paulo.
Destaque da partida contra o Cruzeiro, o jovem Endrick, 17, caminhou escoltado por um segurança e foi impedido de dar entrevista após o desembarque. Nos arredores do Allianz Parque, a torcida fez uma grande festa durante e depois do jogo.
Ao conquistar o bicampeonato, o Palmeiras se isolou ainda mais como o maior vencedor do Brasileiro, tornando-se dodecacampeão, o equivalente a 12 vezes campeão. Em seguida vêm Santos e Flamengo, com oito cada um, Corinthians, com sete, e São Paulo, com seis.
Em uma resolução de 2010, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) passou a considerar conquistas obtidas antes de 1971, que era antes o marco inicial do Campeonato Brasileiro.
Foram igualadas à competição a Taça Brasil, disputada entre 1959 e 1968, e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o antigo Rio-São Paulo, que incluiu times além do Rio de Janeiro e de São Paulo entre 1967 e 1970.
No atual formato de pontos corridos, o Palmeiras também terminou em primeiro nas edições de 2016, 2018 e 2022. Na era do mata-mata desde o marco inicial do Campeonato Brasileiro como o conhecemos até hoje, foi campeão em 1972, 1973, 1993, 1994.
A equipe também venceu a Taça Brasil, em 1960 e 1967, e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, em 1967 e 1969.
Abel
Com futuro incerto no Palmeiras, o técnico Abel Ferreira citou, em entrevista coletiva pós-título Brasileiro, as duas coisas que mais o chatearam nos últimos três anos. O primeiro desabafo tem a ver com xenofobia. Ele disse que foi "ofendido por pessoas que têm muita responsabilidade no futebol brasileiro" e citou a palavra "colonizador", relacionando a história entre Brasil e Portugal.
"As pessoas não me conhecem como homem, só como treinador. Me chamaram de colonizador e isso me magoou muito. Ninguém me conhece e nem eu tenho culpa do que meus antepassados fizeram aqui. Não foi só uma vez, foram várias vezes por vários comentaristas, jornalistas e entidades do futebol brasileiro. Isso foi a mim e minha comissão", disse Abel.
Na mesma resposta, ele falou sobre o "rótulo" de que não gosta de usar jogadores das categorias de base. Para o português, apostar em jovens é algo que sempre fez parte de sua carreira.
"É uma das coisas que tentaram criar rótulo de que o treinador do Palmeiras não gostava da base, isso me magoou muito. Se há uma coisa que este treinador faz, é apostar nos jovens. Gostam muito de criar rótulos: há um vilão e herói. No futebol, o jogador que faz o gol é tão importante quanto o que roubou a bola atrás. Vejo o futebol como 'todos somos um'", afirmou.
O português tem contrato com o Palmeiras até o final de 2024, mas vive cenário incerto para o ano que vem. Em meio às férias, ele precisará decidir se fica no Brasil ou deixa o país rumo ao futebol do Oriente Médio. Questionado durante a entrevista, o treinador despistou: de um lado, falou que "contrato é para ser cumprido"; de outro, revelou "cansaço" e possível "falta de energia" para comandar o elenco no ano que vem.