Jogadores do Corinthians querem apenas descansar
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sábado, 15 de janeiro de 2000
São Paulo, (14) - Os jogadores do Corinthians descartaram a festa de campeão mundial amanhã (15) em São Paulo. Extenuados com a temporada que acabou apenas hoje, pediram dispensa aos dirigentes e foram festejar com seus familiares. O técnico Oswaldo de Oliveira disse que nos dedos das suas mãos não cabiam os adjetivos para mostrar o que foi o time na conquista no Maracanã. E o presidente Alberto Dualib foi o único que bateu pesado no adversário. "Duviram da grandeza do Corinthians, dirigentes do Vasco disseram que ia ser moleza. Aí a está a nossa resposta, campeões do mundo."
Dualib fez questão de ressaltar o empenho dos jogadores e da Comissão Técnica. Como nos velhos tempo, lembrou o presidente, a equipe saía de um campeonato consagrada pela disposição incomum em campo.
"Foi um time raçudo. Essa é a maior conquista da história de um clube brasileiro em todos os tempos. Vencemos todas adversidades superamos o Vasco dentro do Maracanã. É uma glória. Agora quero é mais festejar, depois vamos pensar no futuro."
Oswaldo de Oliveira pediu um pouco de paz. Atordoado com tantas saudações pelo título, disse que ainda não havia colocado os pés no chão. "Estou no ar ainda. Essa conquista não é minha, não é uma resposta a ninguém é do grupo, de todos nós. Quero um tempo para refletir sobre tudo que aconteceu até aqui."
Levando um diploma de campeão do mundo debaixo do braço, o treinador elogiou os atletas e a Comissão Técnica com jogo de imagem. "Nos meus dez dedos das mãos não cabem palavras para descrever o que penso desse grupo: união, dedicação, amor, superação, técnica... são tantos os adjetivos que não consigo inumerar."
O técnico valorizou a façanha do Corinthians lembrando das qualidades do Vasco. "Vencer uma equipe do tamanho do Vasco não foi fácil. Um time que tem Edmundo e Romário no ataque e se dá o luxo de ter no banco Viola e Donizete não é um adversário comum. Superamos tudo, não tenho mais o que dizer."
Oswaldo de Oliveira não seguiu com o grupo para São Paulo. Permaneceu no Rio para passar os dias de folga ao lado da sua família na residência na Barra da Tijuca.
Ele também terá direito a US$ 50 mil em prêmios, que é o bicho que os dirigentes vão distribuir aos jogadores e Comissão Técnica. Até mesmo os que não atuaram em todas as partidas, receberão o prêmio.
Gilmar é um deles, entrou ontem na prorrogação e saiu do Maracanã eufórico com a medalha de campeão no peito. "Nosso grupo é como uma família, esse é o segredo de todas as nossas conquistas. Viemos ao Rio para enfrentar tudo e todos, conseguimos. Somos campeões, me dão licença que vou comemorar."
Fernando Baiano, um dos que converteu um dos pênaltis da consagração, saiu do Maracanã como se tivesse disputado a final da Copa São Paulo de Juniores. Perguntaram se ele não tremeu na cobrança de pênaltis. "De jeito nenhum, depois dos treinos fico ensaiando as penalidades com o Maurício eo Dida. No jogo repeti o que fiz nos treinos, simples."
O atacante faz parte do grupo de juniores que reforçarão o time principal na temporada que terá mais seis competições pela frente. O Corinthians do futuro também se faz em casa, apesar dos US$ 50 milhões que a Hicks Muse investiu, em menos de um ano de parceria, para o clube conquistar o Brasil em 99 e hoje o mundo.