SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Uma invasão na madrugada de terça-feira (12) no Estádio Vail Chaves, que pertence ao Mogi Mirim Esporte Clube, no estado de São Paulo, terminou em confusão e cenas de susto. Um grupo de 24 pessoas, entre jogadores (seis menores de idade) e funcionários, foi expulso do alojamento dentro do estádio.

A polícia foi acionada, o grupo retornou ao local sob escolta e uma pessoa foi presa. Segundo relatos de quem foi expulso, homens chegaram dando ordem para a saída de todos e um, que estava armado, posteriormente foi detido.

O UOL Esporte apurou que dois americanos que estavam no grupo de atletas voltaram ao país de origem assustados com o episódio. Outros jogadores não querem mais continuar no alojamento e alegam terem sido furtados durante a ação. Além de dinheiro, o grupo disse que uniformes foram levados.

O caso foi registrado na Polícia Civil, e o motivo da confusão é uma divergência política entre a atual presidência do clube e a empresa WKM Solutions, contratada no fim de 2021 para gerenciar o futebol do Mogi Mirim.

A Polícia Militar e a Guarda Municipal escoltaram os jogadores e os funcionários no retorno ao Estádio Vail Chaves, ainda na noite de terça.

Em contato com a reportagem, a empresa WKM Solutions disse que acionou a Justiça e apresentou uma liminar que determina a manutenção do contrato com o clube. Em caso de descumprimento, uma multa diária de R$ 5 mil pode ser aplicada.

A diretoria do clube paulista foi procurada e emitiu uma nota. Em nome do presidente Luiz Henrique de Oliveira, o Mogi afirma que a ação foi orquestrada "com objetivo de criação de uma narrativa artificial".

"Mesmo após a desocupação voluntária da maioria das pessoas, ainda restaram dois atletas dormindo nas dependências do clube, que preferiram não atender ao comando da WKM Solutions, fato comprovado durante depoimento na delegacia para a autoridade policial", informa o texto.

Por fim, a diretoria atual reforçou que 'não compactua com qualquer ato de violência, agressão física ou verbal e que tomará todas as medidas necessárias para os esclarecimentos dos fatos'.

ENTENDA O CASO

A empresa WKM Solutions assinou, em dezembro do ano passado, um contrato com a diretoria do Mogi Mirim para assumir a gestão de futebol do clube, em grave crise financeira desde 2017. O acordo era justamente para tentar modernizar a equipe e retornar ao calendário de competições estaduais e nacionais.

No entanto, o presidência do clube alegou recentemente, nas redes sociais, uma série de descumprimentos por parte da empresa, incluindo a 'ocupação indevida' das dependências do estádio.

Após a confusão no alojamento, o perfil do Mogi Mirim no Facebook se manifestou e afirmou que a conta no Instagram tinha sido hackeada (a empresa WKM assumiu a gestão da rede social).

"O Mogi Mirim Esporte Clube informa que o Instagram oficial @mogimirimesporteclube foi hackeado desde de março de 2022 de forma criminosa pelo Sr. Wilson Matos, CEO da WKM Solutions."