Isaquias Queiroz se iguala a Gustavo Borges e Cesar Cielo
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quinta-feira, 18 de agosto de 2016
Paulo Roberto Conde e Marcel Merguizo<br>Folhapress
Rio de Janeiro - O baiano Isaquias Queiroz, 22, conquistou ontem sua segunda medalha nos Jogos Olímpicos do Rio e entrou para uma lista exclusiva do esporte brasileiro.
Com o bronze obtido na prova do C1 200 m, disputada na Lagoa Rodrigo de Freitas, o canoísta se igualou a Afrânio da Costa (1920), Guilherme Paraense (1920), Gustavo Borges (1996) e Cesar Cielo (2008) como únicos do país a irem duas vezes ao pódio em uma mesma edição do megaevento.
O ouro ficou com o ucraniano Iurii Cheban e a prata, com Valentin Demyanenko, do Azerbaijão.
Até os Jogos do Rio, a canoagem velocidade brasileira não havia conquistado nenhuma láurea na competição. Na última terça-feira, Isaquias havia sido vice-campeão olímpico em uma prova mais longa, o C1 1.000 m, na qual terminou somente atrás do alemão Sebastian Brendel.
O baiano ainda terá a chance de se isolar no plano nacional em termos de conquistas em uma só edição da Olimpíada. Hoje, ele disputa ao lado de Erlon Souza as eliminatórias e semifinais do C2 1.000 m. Se avançarem, disputarão a decisão das medalhas no sábado. Ambos foram campeões mundiais no ano passado, em Milão, e são os maiores favoritos ao ouro no Rio.
ÍDOLO
Graças às medalhas olímpicas conquistadas nesta semana, Isaquias começou a perceber como é se tornar um ídolo nacional. "Já dá para sentir um pouco desse negócio de ser ídolo", afirmou o baiano, medalhista de prata e bronze nos Jogos do Rio.
"Ontem fui tentar ir à academia, e todo mundo me parava na rua para tirar foto. Meu técnico [Jesús Morlán] teve que me tirar dali", contou o atleta, que não está hospedado na Vila Olímpica, mas em um hotel na zona sul do Rio, pela proximidade com a lagoa Rodrigo de Freitas.
Após a conquista do bronze no C1 200 m, Isaquias demorou mais do que o comum entre medalhistas na área de entrevistas porque, no estádio da lagoa, os torcedores ficam muito próximos à chamada zona mista.
Isaquias, então, parava a cada pedido de fotos. A cena se repetiu algumas vezes: ele pegava o celular de um torcedor, virava-se para o fã, erguia a medalha com uma mão e tirava uma selfie com a outra.
O atleta deu tamanha atenção à torcida que os organizados precisaram retirá-lo da frente de um portão que dava acesso à área dos atletas com receio de que houvesse invasão.
"Eu fui agradecer a todos [torcedores], porque os atletas precisam deles do lado. Sou muito agradecido a eles. Não poderia estar mais feliz. Reconhecimento é o que todo atleta quer", disse.