SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHARPESS) - As irmãs ucranianas Dayana e Ivanna Yastremska tiveram um longo caminho até chegar ao Estados Unidos, onde participam do torneio de tênis Indian Wells. Aos 21 e 15 anos, respectivamente, elas tiveram que fugir da guerra na Ucrânia para conseguir competir.

Quando a invasão russa começou no mês passado, as duas estavam com os pais na cidade de Odessa e tiveram que ficar abrigadas por dois dias em um estacionamento subterrâneo antes de conseguir cruzar a fronteira com a Romênia.

Em entrevista à BBC Sports, Dayana contou que os pais ficaram na cidade e passam a maior parte do tempo abrigados no estacionamento. Segundo ela, a internet está precária por causa da guerra e elas nem sempre conseguem se comunicar com a família.

Depois de cruzar a fronteira, as irmãs seguiram para Lyon, na França, onde Dayana competiu no WTA Tour, sendo derrotada apenas na final chinesa Shuai Zhang.

"Quando chegamos ao Lyon, entendi que tenho que jogar bem. Tenho que jogar não só por mim, mas pelo menos pelo meu país, porque se você joga bem, tem mais oportunidades de falar sobre sua história, sobre a Ucrânia e muito mais. As pessoas podem ouvir você", afirmou Dayana.

Apesar de toda a situação, Dayana vê a aproximação com a irmã como um fator positivo. "Não me lembro de quando passamos tanto tempo juntas, ou viajando juntos, e agora é uma grande responsabilidade para mim. Estou tentando dar o meu melhor. Estou tentando me divertir para que ela possa se sentir bem relaxada. Ela parece muito alta e grande, mas por dentro ela é muito pequena e sente falta de seus pais", disse.

No simples, Dayana não passou da estreia, sendo derrotada pela francesa Caroline Garcia. Nas disputa de duplas, as irmãs perderam para as romenas Irina Camelia-Begu e Monica NIculescu, por 2 sets a 0, na noite desta sexta-feira (11).

Dayana ainda não decidiu se pretende voltar à Ucrânia tão cedo. As duas planejam seguir para Miami em seguida, e depois possivelmente para Bogotá ou Istambul.

"Não tenho certeza se voltaremos à Ucrânia. Se a guerra parar, vamos ver a família. Se não, vamos voar de um torneio para outro.".