Inter vive noite apoteótica no Beira-Rio em vitória sobre River Plate (1)
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quarta-feira, 09 de agosto de 2023
BRUNO MADRID
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Nem o mais criativo roteirista esboçaria um filme com tantos dramas quanto a vitória por 2 a 1 do Inter sobre o River Plate, duelo da Libertadores que acabou com classificação gaúcha para as quartas de final após pênaltis o jogo de ida teve vitória argentina pelo mesmo placar.
NOITE ÉPICA EM PORTO ALEGRE
O Beira-Rio foi palco de um jogo que entrará para a história. Desde o início da noite, o estádio situado às margens do Guaíba deixou parte da cidade completamente vermelha, com "ruas de fogo" lotadas para receber o ônibus da equipe em um cenário apoteótico.
O público presente foi o maior desde a reinauguração do local, há quase dez anos: ao todo, 50.479 pessoas lotaram as arquibancadas e testemunharam, mesmo sob frio, um quente duelo entre brasileiros e argentinos.
Depois de um primeiro tempo agitado, mas sem gols, a emoção ficou para a etapa final, quando um ex-jogador do River brilhou: Mercado, após cobrança de escanteio da direita, apareceu entre os ex-companheiros e abriu a contagem para o Inter de cabeça, esquentando ainda mais um agitado Beira-Rio aos 24 minutos.
Demorou pouco para o caldeirão colorado ferver: Alan Patrick, em falta que caprichosamente desviou na zaga adversária, fez o 2 a 0 e colocou sua equipe em vantagem no placar agregado.
Como um bom filme de drama, o final não seria tão tranquilo. Rojas, já perto dos acréscimos, deixou o estádio em Porto Alegre triste ao diminuir o marcador e levar a disputa para os pênaltis.
Nas penalidades, mais apreensão: em 12 cobranças, foram 12 gols (seis para cada lado). A sequência, aliás, danificou a marca da cal onde os chutes eram dados.
Em meio aos buracos, Solari escorregou e, apesar de balançar as redes, teve a cobrança desperdiçada por ter dado dois toques na bola.
O erro caiu como uma luva para o Inter, que só precisava marcar com Carlos De Pena para se classificar. O uruguaio, no entanto, carimbou a trave de Armani e adiou a decisão.
Depois de mais quatro cobranças convertidas no local, a situação ficou impraticável na marca do pênalti, e o árbitro Andrés Matonte optou por mudar o lado das cobranças após um aviso aos dois capitães.
Lembra do Rojas? Ele virou vilão. O último jogador de linha do River a bater acertou o travessão de Rochet e deixou a vaga nos pés de Vitão ou do próprio goleiro.
O zagueiro se encaminhava para cobrar quando o uruguaio chamou a responsabilidade: Rochet pegou a bola, balançou as redes do colega de profissão Armani e fechou, com chave de ouro, uma noite vermelha e quente em Porto Alegre.

