A primeira semana de Roland Garros, um dos maiores torneios de tênis do mundo, colocou um brasileiro no centro das atenções. Mais precisamente, um paranaense de Marechal Cândido Rondon: Thiago Seyboth Wild. O tenista começou o torneio eliminando o número dois do ranking, Daniil Medvedev, em 4h15’ de jogo. Fez história. Virou destaque. E virou vitrine.

O Aberto da França foi apenas o segundo grande torneio na vida dele e, por isso, todos queriam saber quem era aquele jovem que sonha ser o substituto de Gustavo Kuerten e apenas 172º no ranking. E conheceram mais do que imaginavam. Toda vitrine expõe e o reflexo pode fazer brilhar ou ofuscar.

Wild responde a um processo por violência doméstica contra a ex-namorada, que corre em segredo de justiça. A exposição de todo o caso pesou contra o atleta, que cresceu na competição, chegando às oitavas de final, mas perdeu pontos com quem começou a se encantar com a possibilidade de uma nova promessa do tênis brasileiro.

Houve um tempo em que se discutia o quanto a vida privada de uma pessoa pública deveria e poderia ser aberta à sociedade. Hoje, os fatos é que determinam e todo comportamento tem limites muito menores de aceitação de uma sociedade que exige um novo comportamento e, fora dele, as sentenças já estão prontas.

Essa mesma sociedade já foi muito conivente com atletas que se tornaram personalidades e conseguiram ficar acima do bem e do mal, separando o público do particular. Não há mais ídolo que se constrói levantando troféus como se fosse um passaporte para livre arbítrio total.

Robinho, Daniel Alves e agora os envolvidos com a máfia das apostas são exemplos atuais de que qualquer carreira pode acabar de um dia para o outro. A liberdade é e sempre será de cada um, mas que aqueles que querem ser referência para uma geração saibam que precisam ser completos para não se tornarem ídolos apenas por uma estação.