Homenagens marcam enterro de Barbosa
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sexta-feira, 07 de abril de 2000
Por Cida Oliveira
Praia Grande, 8 (AE) - O ex-goleiro da Seleção Brasileira da década de 50, Moacyr Barbosa, foi enterrado no final da tarde de hoje, no Cemitério Morada da Grande Planície, em Praia Grande, cidade onde vivia desde 1997. O caixão foi coberto com as bandeiras do Clube Atlético Ypiranga, onde iniciou a carreira profissional em 1940, e a do Vasco da Gama, time onde jogou por mais de 20 anos. O enterro foi marcado por discursos e aplausos para Barbosa.
O diretor de futebol do clube carioca, Nilson Gonçalves, chegou na hora do enterro, devido a problemas com a Ponte Aérea, mas à tempo de prestar a última homenagem ao jogador que é considerado pelos colegas de esporte "um dos maiores goleiros do mundo". Gonçalves esperou pelo corpo de Barbosa na porta do cemitério, elogiou o goleiro de disse que ele sempre fez parte da família vascaína.
Acompanharam o corpo do ex-jogador, que morreu na noite de sexta-feira, aos 79 anos, vítima de insuficiência respiratória aguda, não só os familiares e amigos, mas também admiradores, esportistas e diretores de clubes. Um dos mais abalados era o ex-lateral direito do Corinthians, Idário Peinado
que agora também reside em Praia Grande.
De acordo com Idário, Barbosa "sempre foi fora de série e para mim foi o melhor goleiro que existiu". Mais ainda: era um homem simples, humilde, comunicativo e um grande amigo que tinha uma queixa: "no Brasil a pena máxima para qualquer crime é de 30 anos e já fazem quase 50 que perdeu o gol para Uruguai, coisa que ninguém perdoa e essa tristeza ele levou para o túmulo", enfatizou Idário.
Também o presidente do Ypiranga, Roberto Nappi, clube onde Barbosa começou e lá permaneceu por quatro anos, antes de ir para o Vasco, no Rio de Janeiro, estava triste. "Sepultamos hoje, um dos maiores goleiros do mundo. Ele foi injustiçado pela derrota de 50, mas nós que amamos o futebol sempre estivemos ao lado dele", enfatizou.
Nappi lembrou que em outubro do ano passado promoveu dois dias de festa no clube para homenagear Barbosa e que o ex-goleiro recebeu das mãos de Gilmar Santos Neves (Santos/Corinthians) e de Oberdan Catani (Palmeiras) a camisa de Goleiro nº 1.
Para Carlos Puppo, o Carioca, atual treinador de goleiros da Portuguesa de Desportos, "Barbosa foi muito injustiçado pelos torcedores, pela imprensa e por todos. Eu não acho que ele tenha sido o culpado pela derrota de 50 e sim os 11 jogadores da seleção, porque como goleiro ele foi um dos melhores", disse Carioca.