Imagem ilustrativa da imagem Hamilton garante hexa nos EUA e já mira todos os recordes
| Foto: AFP / Mark Ralston

São Paulo - Lewis Hamilton voltou a fazer história na Fórmula 1 no domingo (3) e assegurou o hexacampeonato mundial no Circuito das Américas, com duas etapas de antecedência. Ele chegou na segunda colocação no Grande Prêmio de Austin, nos Estados Unidos, e está apenas a um do recordista em títulos, o alemão Michael Schumacher, um dos poucos recordes que o inglês ainda não quebrou na categoria.

Com o novo feito, Hamilton deixa para trás o argentino Juan Manuel Fangio, dono de cinco títulos. O inglês já é o dono do maior número de pole positions, com 87, e briga para alcançar a marca de 91 vitórias de Schumacher. No momento, soma 83. Foi também o terceiro campeonato consecutivo vencido pelo piloto da Mercedes.

Já a corrida foi vencida pelo companheiro de equipe de Hamilton, o finlandês Valtteri Bottas, com o holandês Max Verstappen, da Red Bull, completando o pódio. Hamilton garantiu a conquista ao chegar aos 381 pontos, ante 314 de Bottas. O companheiro de Mercedes era o único que poderia impedir a festa do britânico nos EUA. Bottas, por sua vez, já assegurou o vice-campeonato da temporada 2019, ao faturar a sétima vitória da carreira e a quarta deste ano.

"Estar nas nuvens não chega nem perto de onde estou agora. Estou em um lugar muito acima disso. Neste exato momento, é até difícil dizer o que estou sentido", comemorou Hamilton.

O inglês falou sobre a possibilidade de alcançar o recorde de Schumacher. "Meu pai me disse quando eu tinha seis ou sete anos para nunca desistir. É um lema da nossa família. Eu não sei sobre quanto títulos terei ainda, mas, como atleta, me sinto revigorado neste exato momento. Já estou pronto para a próxima corrida", avisou.

Nesta temporada, porém, ele foi mais uma vez protagonista, mas sem o mesmo brilho dos títulos anteriores. No geral, esteve abaixo do esperado na segunda metade do campeonato e, pela primeira vez na carreira, passou a sofrer com os rivais da nova geração, que serão o principal obstáculo em 2020. Das dez vitórias no ano até agora, sete foram nas dez primeiras provas da temporada. Na segunda parte do campeonato, foram apenas três triunfos.

NOVOS RIVAIS

Ao mesmo tempo, o britânico viu surgirem novos rivais. O mais "perigoso" é Charles Leclerc, a mais nova sensação da F-1. O piloto nascido em Mônaco brilha já na segunda temporada na categoria, a primeira por uma grande equipe. Pela Ferrari, venceu duas corridas, consecutivas, e já soma nove pódios.

O piloto de 22 anos precisou de alguns meses para se ambientar e ganhar confiança na equipe italiana. Acostumou-se a superar o companheiro de time, o tetracampeão Sebastian Vettel. O esforço deu resultados já na segunda parte da temporada, com os triunfos e as sete pole positions, quatro das quais seguidas.

O próprio Hamilton já reconheceu as habilidades do novo rival. "Obviamente ele é muito rápido, talentoso, e muito provavelmente vai surpreender muitas, muitas pessoas", dissera o inglês no início da temporada. "Não é fácil para qualquer piloto entrar em uma equipe de ponta, sem falar na Ferrari, contra um tetracampeão. E então, continuamente, desde a primeira corrida, superar, classificar e superar um tetracampeão mundial não é fácil. Isso fala por si."

Com este desempenho, Leclerc só está atrás da Mercedes no Mundial de Pilotos. Na cola dele está o holandês Max Verstappen, no quarto lugar geral. Já um velho conhecido dos fãs de automobilismo, o piloto da Red Bull também tem apenas 22 anos, mas já conta com larga experiência na categoria.

Nesta temporada, fez exibições de gala na Alemanha e na Áustria, onde obteve suas duas vitórias em 2019. Em ambas, Verstappen largou mal e precisou fazer uma corrida de recuperação.

A ascensão dos DOIS já faz especialistas colocarem em dúvida a hegemonia de Hamilton nos próximos anos. "Há muitos jovens pilotos que aparecem e sempre surge alguém que pode ser o melhor", diz o escocês Jackie Stewart, dono de três títulos na F-1.

As duas últimas etapas do campeonato 1 serão disputadas no Brasil e em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos. Os pilotos da F-1 voltarão à pista no dia 17, no Autódromo de Interlagos.