Michael Schumacher conseguiu o que mais queria, ontem, em Silverstone. Não venceu o GP da Inglaterra, não igualou o recorde de vitórias de Alain Prost, perdeu a chance de fechar o campeonato na próxima prova. Mas aumentou ainda mais sua folga para David Coulthard. E, para o alemão, é isso o que realmente importa. ‘‘Agora, eu tenho 37 pontos de vantagem no bolso. E só há mais 60 em jogo. É bom saber disso’’, afirmou o tricampeão, segundo colocado na prova de ontem. A vitória foi do finlandês Mika Hakkinen, da McLaren, que não vencia há 14 corridas. Companheiro de Schumacher na Ferrari, Rubens Barrichello foi o terceiro.
Para manter suas chances de fechar o campeonato em casa, no GP da Alemanha, dia 29, Schumacher precisava vencer a corrida e esperar que Coulthard marcasse no máximo um ponto. A segunda condição se concretizou na terceira volta: o escocês abandonou o GP, em consequência de uma batida na largada. A primeira premissa, porém, caiu duas voltas depois. No início do quinto giro, Hakkinen, que largara em segundo, ultrapassou o alemão, primeiro no grid.
Com o carro mais leve – o piloto finlandês faria dois pit stops contra um de Schumacher – e um acerto melhor para a pista, o novo líder ‘‘sumiu’’ na frente do ferrarista.
Tranquilo na ponta, Hakkinen pôde fazer seus dois pit stops e vencer sua 19ª prova na F-1. ‘‘Me sinto muito bem. Depois de todos os problemas que tive neste ano, é muito bom voltar a ganhar. Especialmente aqui em Silverstone, porque eu trabalho para uma equipe inglesa’’, disse.
Matematicamente, as chances de Schumacher encerrar o campeonato foram empurradas para o GP da Hungria, no dia 19 de agosto. O alemão já prescinde da vitória nas duas próximas provas. Se vencer em Hockenheim e em Budapeste e Coulthard não pontuar, Schumacher vai comemorar o tetracampeonato com quatro corridas de antecedência.
‘‘Gostaria de dizer para vocês que o Mundial acabou. Mas a situação não é bem essa. Preciso continuar lutando’’, resumiu o alemão ainda com o macacão cheirando a champanhe.