O grupo de jogadores brasileiros e os membros da comissão técnica que trabalham no Al-Merreikh conseguiram deixar o Sudão e chegam ao Brasil nesta quinta-feira (27). O país, localizado no Norte da África, vive uma guerra civil entre paramilitares e forças do governo. Com os confrontos o país tem escassez de alimentos, água, energia e combustíveis e quase 500 pessoas já morreram, além de mais de quatro mil feridos.

Os quatro jogadores e os cincos membros da comissão técnica, entre eles o fisioterapeuta Joílson Amorim, que trabalhou no Londrina até o fim do ano passado, deixaram a capital Cartum no domingo rumo à fronteira com o Egito. A viagem de quase mil quilômetros pelo deserto foi feita em um ônibus cedido pelo clube e demorou cerca de 40 horas. Uma servidora do Itamaraty também acompanhou o grupo.

O ônibus que levou os brasileiros encontrou muitas dificuldades, em razão dos bloqueios. Em um deles, a delegação ficou parada por mais de seis horas e todas as bagagens foram revistadas. Na fronteira com o Egito, o grupo ainda ficou sem os passaportes.

"Foi muito difícil sair de Cartum, que é o lugar mais perigoso do país. Quando chegamos na fronteira com o Egito, entregamos os nossos passaportes e no momento de pegar de volta eles tinham sumido", relatou o meia Matheuzinho. "O clima ficou muito tenso e ficamos desesperados. Após muita negociação conseguimos reaver os nossos passaportes".

SOFRIDO E TENSO

Os brasileiros conseguiram chegar à cidade de Assuã, já no Egito, e foram recebidos por funcionários da embaixada brasileira. "Foi muito sofrido e tenso, mas a fé em Deus me fez acreditar que tudo sairia bem", confessou Joílson Amorim.

Na quarta-feira (26), o grupo seguiu para a capital Cairo. Os brasileiros foram divididos e Joílson Amorim e o jogadores Alex Silva e Matheuzinho embarcaram para o Catar, de onde seguem para São Paulo, com a previsão de chegada para a manhã desta quinta-feira. Os demais do grupo, entre eles o técnico Heron Ferreira, embarcam do Egito nesta quinta rumo ao Rio de Janeiro.

"Gostaríamos de agradecer a todos que torceram por nós para podermos voltar para casa em segurança. Agradecer à direção do clube, que sem eles não conseguiríamos concluir a missão, e também à embaixada. A saga continua porque ainda não chegamos ao destino para reencontramos as nossas famílias. Mas estamos felizes porque conseguimos sair da zona de conflito e em breve estaremos no Brasil", ressaltou Matheuzinho.

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