Claudemir Scalone
De Londrina
Laudo divulgado ontem pela Fundação Municipal de Esporte de Londrina indica que o gramado do Estádio do Café precisa ser novamente trocado, sete meses após ter sofrido ampla reforma. O documento – assinado por técnicos da Embrapa, Iapar, AMA (Autarquia do Meio Ambiente) e Secretaria Municipal da Agricultura – aponta que a tiririca (praga invasora) e a grama bermuda infestaram a grama esmeralda, espécie plantada em 1999. Também foram encontradas as gramas seda e mato grosso, em menor escala, além de outras pragas. O trabalho demandaria 120 dias e fecharia o estádio até junho.
Os técnicos constataram ainda secamento da grama, mas não conseguiram identificar a causa. Amostras foram enviadas para análise em laboratório.
O laudo indica uma solução paliativa para que o estádio possa ser usado em 30 dias. Entretanto, eles destacaram que a grama bermuda tem um crescimento mais agressivo que a esmeralda e poderá vir a dominá-la, causando diferença no nível do gramado e expondo jogadores a risco de contusão.
O presidente da Fundação, Pedro Sperandio Lopes, iria encaminhar ainda ontem os documentos à Procuradoria Geral do Município para a tomada de providências. ‘‘A dúvida é o que posso fazer já. O laudo levou dez dias para ficar pronto. Não posso esperar mais tempo. Preciso saber se posso tomar alguma medida agora e iniciar os trabalhos no gramado’’, explicou Lopes. ‘‘O jurídico precisa definir de quem é a responsabilidade e quem vai pagar essa conta depois.’’
Lopes quer encontrar uma solução sem atritos. A empresa de Antônio Fernandes Schiavo foi a responsável pela troca do gramado do Estádio do Café no ano passado. O custo da obra, contratada pela Comurb, foi de R$ 49 mil. O laudo apresentado ontem cita parte de uma reportagem da Folha, feita em setembro do ano passado, constatando a presença da tiririca em meio à grama esmeralda. Schiavo disse na época que as pragas seriam eliminadas, o que não ocorreu.
A Folha tentou falar pelo terceiro dia consecutivo com Antônio Schiavo, mas os seus telefones (celular e comercial) informam que ele está de férias coletivas. ‘‘Não sou eu quem vai culpá-lo pelo problema. O seo Antônio é uma pessoa estabelecida há anos na cidade. A idéia é ter uma solução pacífica. Quem sabe ainda não vamos comer uma boa pizza’’, sugeriu Pedro Lopes.
Segundo ele, o problema foi constatado uma semana após o final do Torneio Pré-Olímpico. Funcionários da Fundação chamaram Lopes para observar a situação do gramado antes do corte da grama.