SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Considerado um dos cenários mais icônicos da F1, o circuito de Mônaco voltará a receber uma corrida da categoria no domingo (23), às 10h, após ficar fora do calendário 2020 devido à pandemia de Covid-19.

Nas arquibancadas espalhadas pelas ruas de Monte Carlo, cerca de 7.500 torcedores (40% da capacidade total) terão permissão para acompanhar a quinta etapa da temporada, liderada pelo inglês Lewis Hamilton, com 94 pontos, 14 a mais do que o holandês Max Verstappen. A prova será exibida pela Band e o treino classificatório pelo canal Bandsports, às 10h de sábado (22).

Será a corrida com a maior presença de público no ano. Na abertura do campeonato, no Bahrein, cerca de 4.500 pessoas vacinadas e sem sintomas de Covid-19 puderam ir ao autódromo de Sakhir. Os GPs seguintes, o de Elimia-Romagna e o de Portugal, foram realizados com os portões fechados. Já a disputa na Espanha teve mil espectadores.

Segundo dados coletados pelo portal Our World in Data, do dia 14 ao 20 deste mês, Mônaco registrou em média um novo caso de infecção pelo coronavírus por dia. Para estrangeiros que forem ao principado ver a corrida será necessário fazer um teste de PCR antes de embarcar, outro logo após a chegada e esperar o resultado em isolamento.

Quem puder acompanhar de perto do GP de Mônaco vai presenciar a Williams atingir a marca de 750 GPs em sua história. Fundada em 1977, a escuderia inglesa é a terceira com mais corridas na categoria, atrás de Ferrari (1.012) e McLaren (884).

O marco na trajetória da equipe será alcançado, porém, em um momento que não reflete a grandeza do time, que já ganhou nove vezes o Mundial de Construtores e tem sete títulos de pilotos, um deles o do brasileiro Nelson Piquet, em 1987, ano deu seu tricampeonato. O mais recente foi o do canadense Jacques Villeneuve, em 1997.

Na atual temporada, o inglês George Russell e o canadense Nicholas Latifi fazem a equipe figurar apenas na 17ª e na 19ª posição do Mundial de Pilotos, ambos sem pontuar. Entre as escuderias, a Williams é a vice-lanterna, à frente somente da Haas.

"No papel, até agora, somos provavelmente a oitava ou nona equipe mais rápida em ritmo de qualificação e a nona equipe mais rápida em ritmo de prova, mas espero que possamos encontrar um pouco de mágica [em Mônaco], como fizemos em algumas corridas anteriores", disse Russell.

Há 18 anos não há nenhuma mágica que faça a Williams vencer uma corrida em Monte Carlo. A última vez que isso ocorreu foi em 2003, com Juan Pablo Montoya. O colombiano terminou o Mundial em terceiro, atrás do campeão Michael Schumacher, da Ferrari, e do vice Kimi Raikkonen, da McLaren.

Nesta temporada, as três equipes estão longe da briga pelo título, concentrada entre Mercedes e Red Bull. Com a crescente rivalidade entre Hamilton e Verstappen, espera-se uma das corridas mais apertadas entre eles, sobretudo pelas características de Mônaco.

Além de não ser fácil para o primeiro colocado abrir uma grande vantagem na liderança, a pista é estreita e qualquer erro pode provocar uma batida.

No paddock, já há apostas a respeito de quando o inglês e o holandês vão se estranhar nas pistas. Hamilton disse que tem feito um bom trabalho para evitar choques com Verstappen. "Acho que fiz bem em evitar todos os incidentes até agora, mas temos mais 19 corridas pela frente, e talvez [Max] sinta que tem muito a provar."

O holandês rebateu o adversário. "Não tenho nada a provar. E, sobre evitar o contato, acho que funciona nos dois sentidos. Então, fizemos bem, é verdade."

Enquanto o piloto da Red Bull busca a segunda vitória na temporada, o heptacampeão tenta chegar ao quarto triunfo.

Subir ao topo do pódio significaria para Hamilton se igualar ao francês Alain Prost, que venceu quatro vezes em Mônaco. Assim, ele ficaria atrás do alemão Michael Schumacher e do britânico Graham Hill, que triunfaram em cinco ocasiões cada um.

Ayrton Senna é o grande recordista. O brasileiro recebeu o apelido de Rei de Mônaco pelas seis vezes em que se deu bem no tradicional circuito de rua.