Ginástica artística conquista bronze histórico nos Jogos de Paris
Medalha veio na prova mais importante do esporte - a final olímpica por equipes femininas - numa disputa acirrada com a China
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 30 de julho de 2024
Medalha veio na prova mais importante do esporte - a final olímpica por equipes femininas - numa disputa acirrada com a China
Reportagem local
Paris - O Brasil alcançou, nesta terça-feira (30), o maior feito da gloriosa história de sua ginástica artística, ao conquistar o bronze na prova mais importante do esporte, a final olímpica por equipes femininas. A equipe dos Estados Unidos, liderada pela estrela Simone Biles, ficou com o ouro. As italianas conquistaram a prata.
Com o bronze da ginástica, o Brasil alcançou quatro medalhas conquistadas em Paris: prata com o judoca Wiliam Lima e bronze com a skatista Rayssa Leal e a judoca Larissa Pimenta .
A conquista da ginástica veio em uma chance tida como única, porque o país conseguiu reunir em uma mesma seleção as estrelas de três diferentes gerações. A veterana Jade Barbosa, finalista também em 2008, Lorrane Oliveira, Flávia Saraiva e Rebeca Andrade, que estão no terceiro ciclo olímpico, e a estreante e já finalista olímpica individual Julia Soares.
A final não foi uma apresentação de gala do Brasil, com quase todas as apresentações piores do que das eliminatórias, mas a China, rival direta, errou bem mais.
A disputa acabou sendo contra a Grã-Bretanha, que se recuperou de eliminatórias ruins. O Brasil já conhecia sua nota final, 164.497, quando a Grã-Bretanha fez sua última apresentação, precisando de um 13,834. Alice Kinsella tirou 13,600 na trave
A PROVA
A competição brasileira foi com susto. No aquecimento das paralelas, Flavinha sofreu um tombo estranho da barra alta, aparentemente bateu a proteção de pulso no rosto, e cortou o supercílio. Sangrando, precisou de atendimento médico e só voltou depois que Lorrane já havia se apresentado.
Tanto Lorrane (13,000) quanto Flavinha (13,666) fizeram boas apresentações, mas não conseguiram cravar a aterrissagem e perderam alguns pontos na comparação com as eliminatórias. Rebeca, no caminho contrário, dessa vez acertou sua série. Tirou 14,533 e compensou as imprecisões das duas primeiras apresentações.
Na trave, porém, Julia Soares não conseguiu repetir a boa atuação das eliminatórias e chegou a cair do aparelho, tirou só 12,400. Menos mal, para o Brasil, que na apresentação seguinte quem caiu foi Yaqin Zhou, exatamente a chinesa que é a melhor do mundo na trave, favorita ao ouro. Um erro para cada lado, mas prejuízo maior para a China.
Na sequência, Flavinha teve dois desequilíbrios, mas se manteve em cima da trave e tirou 13,666. Era importante que ela acertasse a série para o Brasil recuperar o que perdeu nas eliminatórias, quando caiu. Isso só aconteceu parcialmente, enquanto a China viu Qiyuan Qiu acertar sua apresentação e tirar 14,600. Rebeca também precisou se segurar na trave, e saiu com 14,100.
O solo foi muito melhor. Julia começou com 13,233, levantando o público, e Flavinha se recuperou com uma série simplificada, mas bem executada, que mereceu 13,533. Rebeca fechou com 14,200.
Até este momento, o Brasil estava concorrendo diretamente com o bronze com a Grã-Bretanha. As brasileiras se apresentando no salto e, as britânicas, na trave. Jade foi a primeira, com uma chegada ruim e nota 13,366. Georgia-Mae Fenton tirou 13,566. Flávia fez 13,900, também com um passo extra. Rebeca melhorou: 15,100.
REBECA NO TOP 10
A ginasta Rebeca Andrade, 25, entrou no top 10 dos principais medalhistas do Brasil em Olimpíadas.
Com o bronze da equipe de ginástica artística, Rebeca passa a ter três pódios. Em Tóquio-2020, ela ganhou um ouro, no salto, e uma prata, no individual geral.
A paulista de Guarulhos figura agora como a oitava medalhista brasileira de maior sucesso, empatada com Emanuel e com Ricardo, ambos do vôlei de praia, que também acumulam em Jogos Olímpicos um ouro, uma prata e um bronze.
Rebeca é a 12ª brasileira a ostentar três pódios olímpicos. Estão nessa lista, entre outros, o nadador Cesar Cielo, a judoca Mayra Aguiar e Bruninho, o cavaleiro Rodrigo Pessoa e Bruninho, Giba e Fofão, do vôlei.
Na quantidade de medalhas, a ginasta só fica atrás dos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael (cinco cada um) e do canoísta Isaquias Queiroz, do nadador Gustavo Borges e do jogador de vôlei Serginho, o Escadinha (quatro cada um).
Rebeca terá em Paris a chance de ampliar sua coleção de láureas olímpicas, já que ainda compete em finais individuais (geral, salto, solo e trave).
MAIORES MEDALHISTAS DO BRASIL EM OLIMPÍADAS
Robert Scheidt, vela (5) - 2 ouros, 2 pratas, 1 bronze
Torben Grael, vela (5) - 2 ouros, 1 prata, 2 bronzes
Serginho, vôlei (4) - 2 ouros, 2 pratas
Isaquias Queiroz, canoagem velocidade (4) - 1 ouro, 2 pratas, 1 bronze
Gustavo Borges, natação (4) - 2 pratas, 2 bronzes
Marcelo Ferreira, vela (3) - 2 ouros, 1 bronze
Bruninho, Giba, Dante e Rodrigão, vôlei (3) - 2 ouros, 1 prata
Rebeca Andrade, ginástica artística, e Emanuel e Ricardo, vôlei de praia (3) - 1 ouro, 1 prata, 1 bronze
Cesar Cielo, natação, Rodrigo Pessoa, hipismo, e Fofão, vôlei (3) - 1 ouro, 2 bronzes
Mayra Aguiar, judô (3) - 3 bronzes
OUTROS RESULTADOS DO DIA
TÊNIS DE MESA
O mesatenista Hugo Calderano avançou de fase e está nas oitavas de final dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Nesta terça-feira (30), o brasileiro venceu o espanhol, e amigo pessoal, Alvaro Robles por 4 sets a 2 (parciais de 7/11, 13/11, 11/9, 11/3, 11/5) na fase de 16 avos e se garantiu na próxima rodada da competição.
NATAÇÃO
Bia Dizotti brilhou na natação e garantiu vaga na final dos 1500m livre com o tempo 16min05s40. Ela terminou em terceiro lugar na bateria e sétimo na colocação geral. A final acontece nesta quarta-feira (31), às 16h07 (horário de Brasília).
CANOAGEM SLALON
Os canoístas Ana Sátila e Pedro Gonçalves passaram bem pelas eliminatórias da canoagem slalom e se classificaram, com segurança e em boas posições, para as semifinais de suas respectivas competições nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Enquanto Pepê passou com a oitava colocação geral na prova do K1 (caiaque), Ana foi a sétima colocada na C1 (canoa), em provas disputadas no Estádio Náutico Vaires-sur-Marne. Ana disputa as semifinais e finais - caso avance- nesta quarta-feira (31); já Pepê volta às águas no dia seguinte.
VÔLEI DE PRAIA
As brasileiras Bárbara e Carol venceram o segundo jogo em Paris nesta terça-feira (30), contra as lituanas Raupelyte e Paulikiene, e estão nas oitavas de final. Elas venceram por parciais de 21 a 13 e 21 a 14. Bárbara e Carol ainda jogam um terceiro jogo na fase de grupos antes de irem para as eliminatórias.
Já a dupla George e André foi derrotada pela seleção de Cuba, representada por Diaz e Alayo, no vôlei de praia masculino por 2 a 0 e com extrema superioridade cubana, que fez provocações durante todo o confronto. A seleção brasileira ainda pode classificar. Cubanos estão na primeira posição do Grupo D, após vencer a segunda seguida no torneio. Brasileiros bateram os marroquinos em seu primeiro jogo disputado e enfrentam os Estados Unidos nesta quinta-feira (1º), às 10h (de Brasília).
BMX FREESTYLE
O brasileiro Gustavo Batista de Oliveira, conhecido como Bala Loka, começou a primeira volta do ciclismo BMX Freestyle nesta terça-feira (30) com 85.51 pontos, ficando na 7ª posição. Na segunda, ele somou 85.79 e carimbou sua vaga na final. Atualmente, ele tem a 4ª maior nota. Os nove colocados se qualificam para a final, que será disputada nesta quarta-feira (31).
JUDÔ
O judô brasileiro esteve representado na Arena Champs de Mars nesta terça-feira, 30, pelos meio-médios Guilherme Schimidt e Ketleyn Quadros, mas ambos acabaram caindo nas oitavas-de-final da competição e não avançaram ao bloco final.
O judô brasileiro já conquistou duas medalhas em Paris 2024, prata com William Lima (66kg) e bronze com Larissa Pimenta (52kg), e chegou a 26 pódios olímpicos na história, a modalidade que mais contribuiu com as, agora, 153 medalhas olímpicas do Brasil na história. Nesta quarta-feira (31) é a vez de Rafael Macedo (90kg).
TÊNIS
Não deu para Thiago Wild e Thiago Monteiro. Na segunda fase, a dupla brasileira do tênis deu adeus aos Jogos Olímpicos Paris 2024 perdendo para Austin Krajicek e Rajeev Ram, dos Estados Unidos, nesta terça-feira (30). Eles tiveram bons momentos, mas perderam por 2 a 0, parciais de 6/4 e 7/6.
Os brasileiros Luisa Stefani e Thiago Wild perderam para a dupla chinesa nesta terça-feira (30) e estão eliminados das Olimpíadas de Paris de 2024. Wang e Zhang venceram no tiebreak por 10 a 8 e fecharam a partida por 2 sets 1.
HIPISMO
O cavaleiro João Victor Oliva disputou nesta terça-feira (30), no Palácio de Versalhes, em Paris, a prova do adestramento do hipismo. Ele aguarda a definição de sua colocação geral final. Dupla do cavalo Feel Good VO, o brasileiro terminou na 5ª colocação do grupo A, com 70.093 pontos, o que foi insuficiente para chegar à final.
TIRO COM ARCO
Duas vitórias em dois confrontos levaram Marcus D’Almeida e Ana Luiza Caetano às oitavas de final no tiro com arco. O número 1 do mundo eliminou adversários da Ucrânia e do Japão, enquanto a número 63 do feminino deixou para trás rivais de Eslovênia e Malásia. Com estes resultados os dois igualam as melhores campanhas do Brasil nos Jogos na modalidade.
Os dois voltam à Arena montada na Esplanada des Invalides na sexta-feira para a disputa das duplas mistas. Os adversários serão os mexicanos Alejandra Valencia e Pablo Acha Gonzalez, a quem enfrentaram na final dos Jogos Pan-americanos Santiago 2023. A disputa individual feminina continua no sábado, e a masculina, no domingo. (Com informações do Comitê Olímpico Brasileiro e UOL/Folhapress).