Ginasta do Coritiba está sem receber
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domingo, 18 de março de 2001
Julio Cesar LimaDe Curitiba
O projeto olímpico do Coritiba, que previa patrocinar atletas de esportes amadores ficou no meio do caminho. Empolgado pela proximidade da Olimpíada de Sydney no ano passado, o alviverde assinou em abril de 2000, um contrato de um ano com a ginasta Camila Comin, de Curitiba, mas não paga nada há cinco meses. Os valores não foram divulgados e o clube se recusa a falar sobre o assunto.
Camila Comin disputou a Olimpíada e ficou em 39º lugar na competição, uma das melhores marcas alcançadas por ginastas brasileiras. Em fevereiro deste ano a atleta ficou em sétimo lugar no American Cup disputado nos Estados Unidos. Quando fizemos o contrato acreditei na proposta de valorização do esporte olímpico, mas agora vejo que não é bem assim, disse Comin.
O presidente do Coritiba, Francisco Araújo, se recusou a comentar. Isso não interessa a ninguém. A imprensa deve ter limite e esse é um assunto interno do clube, censurou Araújo. Segundo ele, esse projeto (olímpico) está encerrado, assim como o contrato.
No dia 5 de abril, data da assinatura do documento, o então presidente em exercício do Coritiba, Sérgio Prosdócimo, afirmou que aquele seria o primeiro de muitos outros patrocínios na área de esporte amador. O atual presidente não quis comentar essa promessa não cumprida.
Camila começou a praticar ginástica aos seis anos. No Brasil tem muita gente com potencial, mas a falta de patrocínio impede a maioria dessas atletas de viajar para os torneios, afirmou.
A coordenadora do Centro de Excelência de Ginástica Olímpica e presidente do Comitê Técnico de Ginástica Olímpica Feminina da Confederação Brasileira de Ginástica, Eliane Martins, acredita que a falta de apoio dos clubes tem sido negativa para o surgimento de novos valores. Quando o clube resolveu patrocinar a Camila imaginávamos um período melhor para a ginástica de nosso Estado, que teve em um passado recente, os melhores índices técnicos do País e foi muito competitivo, disse Eliane.