Gabrielzinho "amassa" e fatura o terceiro ouro em Paris
Nadador prometeu e cumpriu: venceu os 200 m livre (S2) e quebrou o recorde das Américas; gêmeas de Maringá levam prata e bronze na SB14
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 02 de setembro de 2024
Nadador prometeu e cumpriu: venceu os 200 m livre (S2) e quebrou o recorde das Américas; gêmeas de Maringá levam prata e bronze na SB14
Reportagem local
O nadador Gabriel Araújo voltou conquistou nesta segunda-feira seu terceiro ouro nos Jogos Paralímpicos de Paris, nos 200 m livre, categoria S2, destinada a atletas com deficiência física severa. O Brasil chegou a 30 medalhas com 12 de ouros, oito pratas e 17 bronzes.
O brasileiro dominou toda a prova e já passou a primeira virada dos 50 m com mais de dois segundos de vantagem sobre o chileno Alberto Abarza. Ao final, marcou 3min58s92 (recorde das Américas), nada menos que 15 segundos na frente do russo Vladimir Danilenko; Abarza fechou o pódio.
A prova marcou o retorno de Gabrielzinho à classificação S2, depois de ter nadado os 150 m medley na classificação S3 no domingo (e terminado a prova em quarto lugar). Gabriel vibrou muito com a vitória e gritou para a torcida, que, mais uma vez, apoiou o brasileiro.
Depois da prova de domingo, ele havia avisado: "Amanhã vou amassar". E amassou.
Gabrielzinho conquistou sua terceira medalha de ouro em Paris. Havia vencido também nos 50 m costas e nos 100 m costas. "Essa, dos 200 m livre é a minha preferida", disse.
Gabriel nasceu com focomelia, doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas. Com o resultado na capital francesa, o brasileiro soma agora cinco medalhas de ouro e uma de prata na carreira paralímpica.
O brasileiro ainda completa sua participação paralímpica nos 50 m livre, categoria S3, novamente com poucas expectativas de pódio. "Vou só para incomodar, mas é para finalizar [as Paralimpíadas] com chave de ouro."
GÊMEAS MEDALHISTAS
Débora Carneiro, 26, ficou com a prata (1min16s02); Beatriz Carneiro, 26, levou o bronze (1min16s46). As irmãs gêmeas de Maringá vibraram juntas com o pódio duplo conquistado nesta segunda (2), na Arena La Défense, na prova dos 100 m peito, categoria SB14, nos Jogos Paralímpicos de Paris.
Bia já havia conquistado uma medalha de bronze no domingo (1º), na equipe de revezamento 4x100 m livre misto (S14).
ATLETISMO
O atletismo garantiu mais duas medalhas para o Brasil nos Jogos Paralímpicos. O lançador mineiro Claudiney Batista conquistou seu tricampeonato paralímpico no lançamento de disco da classe F56 (que competem sentados). Ele venceu a prova e faturou a medalha de ouro com a marca de 46,86m, novo recorde paralímpico.
A atleta paulista Beth Gomes conquistou o bicampeonato paralímpico no lançamento de disco da classe F53 (que competem sentados) nesta segunda-feira. Ele venceu a prova com a marca de 17,37m, estabelecendo o novo recorde da competição — que era de 15,48m. A japonesa Keiko Onidani, com 15,78m, e a ucraniana Zoia Ovsii, com 14,17m, completaram o pódio
Esta é a segunda medalha de Beth nos Jogos de Paris 2024. Também nesta segunda-feira, porém nas provas realizadas pela manhã, a atleta conquistou a medalha de prata no arremesso de peso ao atingir a distância de 7,82, recorde mundial na classe F53.
MEDALHA HISTÓRICA
O curitibano Ronan Cordeiro, de 27 anos, conquistou a medalha de prata no triatlo na classe PTS5 (comprometimento físico-motor). Ele completou a prova, que envolve natação, atletismo e ciclismo, em 59min01. É a primeira medalha do Brasil nessa modalidade na história dos Jogos Paralímpicos. Ronan tem má-formação congênita na mão esquerda e começou a competir no triatlo em 2018. (Com Folhapress e Comitê Paralímpico Brasileiro)