A Federação Paranaense de Futebol (FPF) investiga a falsificação de ingressos para a partida entre Londrina e Chapecoense, domingo passado, no Estádio do Café. Segundo denúncia, a direção do Londrina teria mandado confeccionar aproximadamente 1,5 mil entradas sem a autorização da entidade.
O ingresso oficial é distribuído pela FPF na semana do jogo e é cheio de detalhes que dificultam a falsificação. Muitas vezes vem em cima da hora e com erros, como o nome do Londrina grafado como Londrina Futebol Clube e não Londrina Esporte Clube. Já o bilhete comercializado pelo Tubarão era bem simples, contendo apenas o valor, a data e adversário.
Por meio da assessoria de imprensa da entidade, o presidente Hélio Cury afirmou que só se manifestaria após receber o borderô da partida das mãos do tesoureiro que acompanhou o jogo, o que não ocorreu até o fechamento da edição. Porém, na hora do almoço, ele afirmou à rádio Paiquerê AM, que não autorizou o Londrina a confeccionar os ingressos. O presidente do clube, Peter Robson da Silva, teria pedido a antecipação para comercializar com antecedência os bilhetes a fim de levar recursos para a viagem a Chapecó, onde o time jogaria primeira partida da terceira fase. Diante da negativa da antecipação, ele, então, teria mandado fazer 1,5 mil entradas. Peter estava em uma audiência ontem à tarde e não atendeu à reportagem, que ligou novamente mais tarde no celular dele, mas não obteve sucesso. O advogado do clube e presidente do Conselho Deliberativo, Ricardo Ramalh,o também foi procurado e também disse que não poderia falar por estar ocupado.
De acordo com um dos vices-presidentes da FPF, o advogado Hélio Camargo, o Londrina também não recolheu o valor referente ao INSS do jogo e das pessoas que trabalharam na partida, o que, segundo ele, configura ''apropriação indébita''.
Não é a primeira vez que o clube é acusado de falsificar ingressos. No Campeonato Paranaense houve situação idêntica. Segundo Camargo, no jogo contra o São José-RS, mês passado, cerca de 70 entradas falsificadas foram identificadas. ''Está tudo sob investigação. Do jeito que está indo, o clube pode até ser suspenso de suas atividades, pois está burlando tudo o que é lei. A situação está ficando insustentável. Estamos falando de um Campeonato Brasileiro e não de um torneio amador'', afirmou Camargo, ressaltando que o caso deve ser enviado à Polícia Federal. ''Já estamos pedindo a abertura de um inquérito na polícia. Isso é retenção de encargos do INSS'', continuou.
Hoje, os jogadores se reapresentam e começam a ser liberados. O técnico Gilberto Pereira tem propostas de Iraty e de um time do interior de São Paulo.
Futuro
O futuro do Londrina deve começar a ser decidido na quinta-feira, quando o Conselho Deliberativo do clube se reúne. Na pauta, ainda o destrato com a Londrina Empreendimentos Esportivos Limitada (Leel), que cuidou por um período curto das categorias de base do clube. Entretanto, outros assuntos quentes devem ser discutidos, como a situação da base, negociação de jogadores e prestação de contas.
A expectativa maior está na alteração da data da eleição para o novo conselho e a nova diretoria executiva, inicialmente prevista para dezembro. O apelo é pela antecipação do pleito.