SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Federação Internacional de Automobilismo negou o pedido de revisão solicitado pela Mercedes no lance entre Max Verstappen e Lewis Hamilton durante o GP de São Paulo, no domingo passado. Em uma decisão que demorou quase 24h para sair, os comissários entenderam que, embora a equipe tenha apresentado novas evidências, elas não são significativas, e, portanto, o resultado da prova segue inalterado.

O apelo da Mercedes levava em consideração que os comissários não tinham tido acesso a uma câmera onboard do carro de Verstappen, que mostraria um movimento de volante do holandês que indicava que ele não tinha tentado fazer a curva normalmente. Na manobra, Hamilton tentava passar a Red Bull por fora e os dois acabaram saindo da pista.

Ainda que os comissários realmente não tenham tido acesso àquela imagem durante o processo de decidirem que sequer investigariam o incidente, isso não foi considerado relevante, pois eles não entenderam que o novo ângulo mudaria sua decisão. Hamilton acabou passando Verstappen 10 voltas depois e venceu a corrida, diminuindo sua desvantagem no campeonato de 21 para 14 pontos.

Esta é só mais uma das várias brigas que Mercedes e Red Bull vêm protagonizando fora das pistas, no campeonato mais disputado da Fórmula 1 pelo menos desde 2012. O chefe da Mercedes, Toto Wolff, brincou que a rivalidade começou como "boxe olímpico, virou boxe profissional e, agora, MMA".

Após a confirmação de que o apelo não seria levado adiante, Wolff disse que isso era esperado e explicou que eles só queriam levantar a discussão acerca de incidentes semelhantes, pensando nas três últimas etapas do campeonato. A Fórmula 1 já está no Qatar, correndo pela primeira vez no circuito de Losail.

Mas isso não quer dizer que os protestos acabaram: após a decisão, o chefe da Red Bull, Christian Horner disse que, se eles virem a mesma asa que a Mercedes utilizou durante o GP de São Paulo neste final de semana, é muito provável que eles vão protestar o carro dos rivais. Isso porque eles entendem que a lâmina principal da asa traseira está se movimentando quando o carro está em alta velocidade, e esse seria o motivo pelo qual a Mercedes tem tido uma vantagem tão grande de velocidade especialmente nos finais das retas.

A pista do Qatar tem uma das retas mais longas do campeonato, com pouco mais de 1km.