SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Fórmula 1 está exatamente na metade de seu campeonato, antes da realização da 12ª de 22 etapas da temporada, neste final de semana, na França. Quatro pilotos já estouraram o limite de unidades de potência de todo o ano e apenas outros quatro ainda podem trocar o motor por uma última vez sem levar punição. Entre eles, está o líder do campeonato, Max Verstappen, enquanto o segundo colocado, Charles Leclerc, faz parte do time dos que já foram punidos.

A unidade de potência híbrida da Fórmula 1 é composta de seis elementos, mais o sistema de escapamento. Dois destes elementos (central eletrônica e bateria) podem ser trocados apenas uma vez no ano, ou seja, só dois itens podem ser usados durante a temporada. Para a maioria deles (MGU-H e MGU-K, que são os dois sistemas de recuperação de energia elétrica, motor a combustão e turbo), é permitido o uso de três itens por ano. E a folga para os escapamentos é maior, de oito.

Após 11 etapas completadas, a situação que mais chama a atenção é a da Ferrari. Charles Leclerc já está em sua quarta unidade de potência (terceira central eletrônica), uma vez que realizou duas trocas em um mesmo final de semana no Canadá, para compensar as quebras de Espanha e Azerbaijão.

Seu companheiro Carlos Sainz tinha estreado seu terceiro motor também no GP do Canadá, tem somente uma bateria "grátis", ou seja, sem receber punição. E seu motor estourou. Isso quer dizer que, a não ser que a Ferrari opte por voltar a uma unidade de potência que ele já usou antes (algo pouco provável por conta da natureza do circuito de Paul Ricard, de alta velocidade), ele perderá posições no grid no GP deste domingo. E essa não deve ser a última vez que isso vai acontecer na temporada.

Não são só os pilotos da Scuderia Ferrari que estão pendurados. Os clientes dos italianos também estão sofrendo. Valtteri Bottas foi outro que já largou do fim do grid por ter estourado o limite dos motores, no último GP, na Áustria. Seu companheiro, Guanyu Zhou e os dois pilotos da Haas, Mick Schumacher e Kevin Magnussen, já usaram o máximo da alocação.

Eles dificilmente escaparão de uma punição ao longo da temporada. Outros que estão pendurados são Pierre Gasly, que usa o Red Bull Powertrains, e Esteban Ocon, que usa o Renault. Seus companheiros (Yuki Tsunoda e Fernando Alonso) já estouraram o limite.

Em uma situação um pouco mais confortável estão as duplas da McLaren e da Aston Martin. Ambas usam o motor Mercedes, que tem se mostrado o mais confiável nesta temporada. No entanto, Sebastian Vettel está no limite do MGU-K, e Lando Norris viu uma unidade de potência praticamente zerada estourar no último GP na Áustria.

Então somente a dupla da Mercedes, Verstappen e Ricciardo estão tendo uma temporada mais normal, digamos, em relação à alocação de unidades de potência. Isso porque o ideal é alternar dois motores na primeira parte do ano e estrear a terceira UP antes dos GPs da Bélgica e Itália, disputados em pistas nas quais a potência faz bastante diferença.

São nestas provas, que acontecem logo após a volta do campeonato da F1 depois da pausa do verão europeu em agosto, que espera-se uma chuva de punições entre os mais de três quartos de pilotos que já estão pendurados.

As punições por troca dos elementos da unidade de potência na F1 funcionam da seguinte forma: quando se estoura o limite pela primeira vez de cada um dos seis elementos, a punição é de 10 posições no grid. A partir da segunda vez para um mesmo componente, o piloto perde cinco posições.

Para evitar punições com números muito altos, a partir de 15 posições, o piloto vai automaticamente para o final do grid. E a ordem de quem larga na frente no caso de mais de um piloto levar esse tipo de punição é determinada pela posição na sessão de classificação.