SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - A esposa do lateral brasileiro Juninho Reis, que atua pelo Zorya (situado em Luhansk, leste da Ucrânia), relatou o drama para tentar atravessar a fronteira do país rumo à Polônia em meio à guerra envolvendo a Rússia. Os dois, junto com o filho pequeno, estão em deslocamento desde o início da invasão.

Em seu Instagram, Vitória Magalhães publicou uma série de stories mostrando parte da caminhada que ela, seu filho, seu marido e mais um grupo de brasileiros estão fazendo para sair da Ucrânia. Nas últimas horas, ela deixou a região de Lviv — já no oeste do país.

"Estamos em caminhada. A embaixada não ajudou a gente em Lviv. Estamos caminhando a 15 km já e faltam mais 15. Estamos todos aqui e vamos continuar para chegar até a fronteira", iniciou ela, por volta das 10h de Brasília (15h locais).

Por volta das 14h30 de Brasília (19h30 locais), ela atualizou a situação na mesma rede social e mostrou preocupação com a falta de infraestrutura no local.

"Gente, já escureceu. A caminhada continua, o Benjamin [filho de Vitória] dormiu, estamos revezando [carregar] as malas e ele. Ainda faltam quatro horas de caminhada, achávamos que eram 30 km, mas é mais e não tem onde parar, não tem abrigo, não tem ajuda. O jeito é continuar caminhando. O frio é bem intenso e se parar é pior, não temos coberta. Vamos continuar com oração para gente continuar tendo força para caminhar", publicou a esposa de Juninho.

Uma hora depois, ela apareceu novamente para revelar que o grupo conseguiu encontrar um estabelecimento para se abrigar momentaneamente. A nova preocupação, no entanto, era com o frio (cerca de -2° C) e com horário de fechamento do local.

"Paramos em um café, não conseguimos continuar, está muito frio e não temos a base de quanto andamos, mas a distância é imensa. Tem um pessoal tentando resgatar a gente da Polônia. O café em que a gente está fecha as 22h (locais). Não temos abrigo para ir e não conseguimos continuar andando porque a fronteira não está deixando passar quem está a pé, somente em carro".

O sonhado resgate polonês, no entanto, não foi possível. Por volta das 16h30 de Brasília (21h30 locais), Vitória lamentou a situação e deu detalhes do drama, implorando por algum tipo de ajuda.

"Infelizmente a ajuda que estava tentando vir da Polônia foi barrada. Eles não conseguem passar a barreira. O café que estamos vai fechar 22h (locais) e não temos para onde ir ainda. Faltam três horas de caminhada, o frio está intenso e meu filho chora de frio. Não sabemos o que fazer. Eu imploro por ajuda, a caminhada terá que continuar. Nos ajudem, por favor", desabafou ela.