O COI (Comitê Olímpico Internacional) se rendeu ao que parecia inevitável e anunciou que os Jogos Olímpicos de Tóquio não serão realizados nas datas planejadas.

A pandemia do coronavírus levou a entidade e o governo japonês a adiarem o evento para 2021, em data ainda a ser confirmada, provavelmente no verão do hemisfério norte (de junho a setembro), após pressão de atletas e federações, que não viam possibilidade de o evento acontecer.

O adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio foi aprovado também por técnicos e atletas de Londrina. Para Fernando Madureira, participante como treinador em três Olimpíadas, adiar a competição para 2021 foi a medida mais acertada porque dará tempo para que os atletas se preparem de forma adequada.

“Se fosse protelada para outubro, novembro deste ano, não resolveria, pois a preparação continuaria prejudicada. Ninguém está fazendo o treinamento ideal, todos estão trabalhando de forma adaptada e isso para um nível olímpico atrapalha muito. Acredito que fazendo os Jogos no ano que vem será melhor para todos os atletas”, frisou.

Imagem ilustrativa da imagem Esportistas de Londrina aprovam adiamento das Olimpíadas
| Foto: Charly Triballeau/AFP

Madureira foi o técnico da londrinense Natália Falavigna na conquista da medalha de bronze nos Jogos de Pequim, em 2008.

Único brasileiro garantido em Tóquio no karatê, o londrinense Vinícius Figueira terá que adiar um pouco o sonho de participar do maior evento esportivo do mundo. Em razão da Covid-19, algumas das etapas da Copa do Mundo foram suspensas e Figueira garantiu a vaga por ser o segundo colocado do ranking mundial na categoria até 67 quilos.

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| Foto: Gustavo Carneiro/3-12-2019

“O adiamento era algo esperado e a decisão foi acertada por tudo que está acontecendo e por não haver condições de treinamento para os atletas”, afirmou o atleta da academia Oguido Team/OFF academia. “A minha classificação já havia sido oficializada e acredito que será mantida. Mas como é algo inédito o adiamento de uma Olimpíada, teremos que esperar uma posição oficial da Federação Internacional”.

Para o técnico Marcelo Oguido, o adiamento não irá atrapalhar o planejamento de Vinícius Figueira, e ele disse acreditar que o atleta poderá se focar agora mais diretamente na disputa por medalhas.

“Ele não vai mais ter que se preocupar em lutar pela classificação e sim se concentrar totalmente na disputa em si”, apontou Oguido, também treinador da seleção brasileira. “Estávamos preparados para 2020, mas este adiamento não vai atrapalhar o sonho dele e o comprometimento que foi tão importante para que ele conseguisse a classificação”.

ESPERANÇA

Quem segue com esperança de chegar a mais uma Olimpíada é o judoca de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina) Rafael Silva, o Baby. O atleta do Clube Pinheiros (SP) busca a classificação para tentar a sua terceira medalha olímpica. Baby tem dois bronzes conquistados nos Jogos de Londres (2012) e Rio de Janeiro (2016).

“Está todo mundo no mesmo barco esperando resolver isso da melhor maneira possível e acho que daqui a alguns meses vamos voltar ao normal, falar de treinamento, de competição, de classificação olímpica. É um momento de bastante união e tomara que sejam os Jogos para a gente comemorar a vitória sobre essa pandemia que está causando muita tristeza no mundo”, afirmou ao site da Confederação Brasileira de Judô. (Com Folhapress)

Como fica? COI precisa redefinir quase tudo para os Jogos

João Gabriel/Folhapress

São Paulo - Até agora há poucas certezas sobre os desdobramentos do adiamento da Olimpíada de Tóquio.

Quando acontecerão os Jogos em 2021? Haverá mudanças nos sistemas de classificação? Como ficará a logística para os 11 mil atletas esperados, de 206 países diferentes? As estruturas temporárias permanecerão na capital japonesa até o ano que vem?

Tudo isso deverá começar a ser respondido nos próximos dias, começando provavelmente pela entrevista do presidente Thomas Bach marcada para esta quarta (25), mas se estendendo por semanas e meses. Sobre a data, sabe-se que o evento está marcado para ocorrer até o verão (do hemisfério norte) de 2021.

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| Foto: Folha Arte

Na segunda, quando o canadense Dick Pound, membro do comitê, adiantou que a decisão pelo adiamento já estava tomada, explicou que as negociações de direitos de transmissão, contratos de patrocínio e calendário eram os principais entraves.

No site dos Jogos de Tóquio-2020, estão listados mais de 70 patrocinadores do evento, que somam ao menos US$ 8 bilhões em contratos, sendo que 14 deles também são os parceiros oficiais do COI.

O comitê indica que, do faturamento que obteve no último ciclo olímpico (2013 a 2016), aproximadamente 73% (US$ 4,2 bilhões) envolve contratos de direitos de transmissão e 18% (US$ 1 bilhão) são provenientes de seu programa de patrocínios.