Áureo Nogueira
De Londrina
O Londrina queria vencer o Coritiba ontem à noite no Estádio Vitorino Gonçalves Dias para comemorar seu 44º aniversário com a 1.000ª vitória desde a sua fundação. Enquanto a bola rolou, Tubarão e Coxa fizeram um belo jogo, com dois gols para cada lado. Mas a partida não chegou ao final. Aos 35 minutos do segundo tempo, o árbitro Henrique França Triches apontou um pênalti a favor do Coritiba e houve tumulto. Jogadores pressionaram o árbitro.
Dirigentes e jogadores reservas invadiram o gramado. Aos 45 minutos do segundo tempo, caiu a energia elétrica no VGD. O árbitro e os jogadores foram para os vestiários. Depois de alguns minutos, Triches encerrou a partida, alegando falta de segurança.
O presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Onaireves Rolim de Moura, declarou em Curitiba que vai analisar as imagens da televisão e a súmula do árbitro para aplicar o regulamento. A Folha apurou que Onaireves está propenso a dar a vitória ao Coritiba em função da invasão de campo (a classificação desta página computa os pontos de Londrina 2 x 2 Coritiba).
Em meio à confusão, sobraram acusações. ‘‘O Coritiba tem futebol para ganhar. Estamos cansados de ser roubados em casa’’, disse o coordenador-geral do Londrina, Célio Guergoletto, contestando a marcação do pênalti. ‘‘É lamentável. Pela segunda vez esse árbitro apita pênalti contra o Londrina na mesma situação’’, disse o ‘capitão’ Ivanildo. ‘‘É perseguição contra o Ivanildo. Não houve o pênalti’’, afirmou o goleiro Sílvio. ‘‘Estava distante do lance e confesso que não dá para dizer nada. Mas todos os jogadores estão contestando a marcação’’, acrescentou o técnico Val de Mello. ‘‘Ele (Lipatim) se jogou. A televisão vai mostrar. A marcação é vergonhosa’’, assegurou Marco Antônio Silva, que estava próximo ao lance, reclamou da marcação e foi expulso pelo árbitro.
Para o técnico do Coritiba, Lori Sandri, foi o melhor jogo que seu time realizou neste Paranaense e que o árbitro Triches, para ele, ‘‘é honesto’’.
Em campo, foi uma bela partida. O Coritiba saiu na frente do placar duas vezes, com João Santos e Marquinhos Cambalhota. Na base da pressão, o Londrina empatou com Carlos Eduardo – num chute forte, cruzado, de dentro da área – e com Vágner.
Dois minutos depois do gol de Vágner, Leandro Tavares tocou para Lipatin, que caiu na área ao ser combatido por Ivanildo. Triches apontou para a marca da cal.
Os londrinenses protestaram e o meia marco Antônio Silva, que acabara de substituir Cerezo, foi expulso. Foi o começo do fim de uma festa que prometia ser bonita. E só.