Entre altos e baixos, Diniz joga Sul-Americana pelo quarto ano seguido
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quarta-feira, 14 de julho de 2021
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Assim que o Santos entrar em campo para enfrentar o Independiente (ARG) nesta quinta-feira (15), às 19h15, na Vila Belmiro, o técnico Fernando Diniz iniciará pelo quarto ano consecutivo a disputa da Copa Sul-Americana.
O comandante alvinegro coleciona bons resultados, como uma breve participação no título do Athletico-PR, em 2018, mas vem de um vexame difícil de ser digerido pela torcida do São Paulo.
Foram cinco mata-matas por três clubes diferentes além de Athletico e São Paulo, ele também defendeu o Fluminense no torneio, e o treinador levou a melhor em quatro deles. O retrospecto de Diniz marca seis vitórias, um empate e três derrotas, representando um aproveitamento de 63,3%.
Em seu primeiro ano no torneio sul-americano, deu início à trajetória vitoriosa do Athletico, classificando-se na primeira fase em duelo com o Newell's Old Boys (ARG). Após ganhar por 3 a 0 na Arena da Baixada, perdeu por 2 a 1 na Argentina.
Naquela ocasião, contudo, Diniz não teve chance de dar sequência à campanha. Por causa de má campanha no Campeonato Brasileiro, foi demitido com o Athletico na zona de rebaixamento.
Após a saída de Diniz, Tiago Nunes assumiu o comando e levou o Athletico ao inédito título, vencendo cinco mata-matas. Rony, Raphael Veiga, Pablo, Renan Lodi e Bruno Guimarães foram alguns dos destaques rubro-negros naquele ano.
Embora tenha disputado apenas um confronto no torneio, Diniz foi lembrado pelos jogadores do Athletico após a conquista, que aconteceu em uma disputa por pênaltis na Arena da Baixada.
"Diniz foi fundamental para a gente. Naquele 3 a 0 com o Newell's, ainda era ele [o treinador]", lembrou o lateral Jonathan. "Queria agradecer também o Diniz, que começou esse trabalho, e depois veio o Tiago e complementou", elogiou Nikão.
O próprio Diniz acredita que teve participação na conquista do time rubro-negro. "Foi uma semente muito forte lá na maneira de o Athletico jogar. O novo treinador acabou assumindo o time, deu sequência, e os resultados vieram. Era uma questão de tempo para os resultados aparecerem, e apareceu na mão de outro treinador, mas tenho certeza que o trabalho foi muito bem sedimentado", disse em entrevista à Tribuna do Paraná.
Já a última experiência de Diniz na Sul-Americana não foi nada agradável. Ele chegou ao torneio depois de ter sido eliminado com o São Paulo na primeira fase da Copa Libertadores em um grupo com River Plate (ARG), LDU (EQU) e Binacional (PER).
Na Sul-Americana, encarou o Lanús (ARG) e perdeu o jogo de ida por 3 a 2. Na volta, estava levando 2 a 1 em pleno Morumbi, mas virou para 4 a 2, com gols marcados aos 42 e aos 45 minutos do segundo tempo.
Três minutos depois, no entanto, sofreu o terceiro gol, que acabou classificando os argentinos pelo critério de gol qualificado. No fim, o Lanús terminou com o vice-campeonato, perdendo a final para o Defensa y Justicia (ARG), então dirigido por Hernán Crespo, que, meses depois, sucedeu Diniz no comando tricolor.
A eliminação, porém, não abalou a sequência do trabalho no São Paulo. Diniz foi mantido no comando e chegou a liderar o Brasileirão até o último quarto da competição. Com uma sequência de maus resultados, acabou ultrapassado pelo Internacional, ocasionando a demissão do atual treinador do Santos.
A campanha mais robusta de Diniz na Copa Sul-Americana aconteceu pelo Fluminense em 2019. Em um time que tinha o centroavante Pedro e o atacante Marcos Paulo como destaques, ele teve um bom início de temporada, mas tinha dificuldade para conquistar resultado positivos.
Na Sul-Americana, a história foi diferente. Passou por três adversários, sendo dois deles campeões de Libertadores. Após despachar o Antofagasta (CHI), superou o Atlético Nacional (COL) com direito a uma goleada por 4 a 1 no Maracanã. Na terceira fase, aplicou duas vitórias sobre o Peñarol (URU).
Esse foi o fim da linha para Diniz no torneio. Sem conseguir o mesmo desempenho no Brasileiro, foi demitido após uma derrota para CSA no Maracanã, que derrubou o time tricolor para a zona de rebaixamento.
Na sequência, o Fluminense foi eliminado pelo Corinthians nas quartas de final. Marcão comandou o time no primeiro jogo, interinamente, enquanto Oswaldo Oliveira assumiu o comando para a partida da queda.
Agora pelo Santos, o treinador chega às oitavas da Sul-Americana depois de queda precoce na Libertadores, ao ficar em terceiro em grupo que também contou com Barcelona-EQU, Boca Juniors (ARG) e The Strongest (BOL).
A equipe que enfrentará o Independiente estará bem diferente da que se despediu da Libertadores: pilar da defesa, Luan Peres deixou o clube; Felipe Jonatan já não é unanimidade na lateral esquerda; o reforço Camacho aparece no meio; e Kaio Jorge, com desgaste físico, é dúvida no ataque.
Assim, o Santos deverá ter a seguinte formação na volta de Diniz ao torneio continental: João Paulo, Pará, Luiz Felipe, Kaiky e Moraes; Camacho, Jean Mota e Gabriel Pirani; Marinho, Lucas Braga e Marcos Guilherme.
Estádio: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Horário: 19h15 (de Brasília) desta quinta-feira (15)
Árbitro: Wilmar Roldan (COL)
VAR: Julio Bascuñan (CHI)
Transmissão: Conmebol TV