Em época de crise no São Paulo, nem protesto no Morumbi sai como planejado
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segunda-feira, 10 de outubro de 2022
THIAGO BRAGA
SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - A crise no São Paulo é também na aparência. Os narizes de palhaço prometidos pela Independente, principal torcida organizada do clube, mal apareceram nas arquibancadas do Morumbi, durante a derrota para o Botafogo, neste domingo (9), pela 31ª rodada do Brasileiro. O acessório era a grande aposta da organizada para protestar contra o atual momento tricolor, que convive com as feridas abertas da derrota na final da Copa Sul-Americana.
A campanha pelos narizes de palhaço ocorreu desde a metade da semana, quando o São Paulo venceu o América-MG fora de casa. A Independente ofereceu ingressos e um saco de pipoca a quem comprasse o acessório para protestar contra o time.
O plano de um grande protesto não decolou e o que se viu foram poucos torcedores com o nariz de palhaço na arquibancada. Antes disso, na chegada da delegação, a preocupação com as cobranças foi dissipada pela pouca presença da torcida ao redor da praça Roberto Gomes Pedrosa. Quem estava lá, porém, vaiou. Mesmo antes de o ônibus aparecer, a Polícia Militar já tinha cedido espaço para os torcedores se aproximarem da arena.
Faltando três horas para o jogo começar, a movimentação na "casa Independente", sede da principal organizada do São Paulo, e que fica em frente ao estádio tricolor, era baixa. O semblante era mais de resignação do que de fúria.
Durante a partida, o clima seguiu tenso, muito pela falta de criatividade do time de Rogério Ceni, que não conseguia penetrar a defesa adversária. Mas a torcida estava mais disposta a apoiar do que criticar o time em campo. No intervalo, parte dos torcedores presentes pediram "respeito com a camisa tricolor", mas durou pouco.
A temperatura só aumentou mesmo após o gol marcado por Tiquinho Soares, após pênalti de Léo em Tchê Tchê. Foi quando a torcida entoou o canto de "queremos jogador" e depois de "vergonha, time sem vergonha".
Assim que o árbitro apitou o fim da partida, vaias foram ouvidas. O lateral esquerdo Reinaldo, um dos primeiros a descer para o vestiário, foi xingado por quem estava na arquibancada mais próxima do gol defendido por Felipe Alves no segundo tempo. O lateral direito Igor Vinícius aproveitou para dar a camisa que vestia para quem estava presente no setor térreo do Morumbi.
Segundo apurou o UOL Esporte, os responsáveis pelo policiamento no entorno do estádio foram consultados sobre possíveis ações para impedir que houvesse um protesto robusto após a partida, o que costuma ocorrer no portão principal do Morumbi. Mas a adesão seguiu baixa. Poucos estiveram presentes no local, gritando "time de pipoqueiro". Em um ano em que pouca coisa deu certo para o São Paulo, nem mesmo os protestos saíram como planejado.