Rio de Janeiro - O apito final do árbitro Piero Maza em Peñarol 3x1 Botafogo, no uruguaio Estádio Centenário, na quarta-feira (3), colocou o time brasileiro em um dos pontos mais altos de sua história: a final inédita da Libertadores. A final será no dia 30 de novembro contra o Atlético Mineiro, em Buenos Aires.

Há 1100 dias e a 2,7 mil km de distância, no entanto, a história era bem diferente.

O dia 26 de outubro de 2021 marcou o empate dos cariocas diante do Goiás, em jogo válido pela 32ª rodada da Série B do Brasileirão daquela temporada.

A partida foi disputada no simpático Hailé Pinheiro, em Goiânia - bem longe do suntuoso palco do duelo que deu ao Botafogo a vaga para disputar a final da Libertadores pela primeira vez em sua história.

O 1 a 1 acabou rotulado como tropeço pelo fato de o time, até então treinado por Enderson Moreira, desperdiçar a chance de assumir a liderança da Série B. O empate fez o Botafogo deslanchar: na rodada seguinte, os cariocas venceram e, depois, assumiram a liderança até a conquista do título.

A SAF chegou no ano seguinte e, aos poucos, fez uma verdadeira revolução. Com investimento pesado, John Textor alavancou o patamar da equipe, que fechou aquele Brasileirão na 11ª posição já contando com nomes como Tiquinho Soares, Júnior Santos e Victor Cuesta. O ano de 2023 teve ilusão e (muita) decepção. Depois de ganhar a Taça Rio, o time ficou perto de faturar o principal torneio nacional, mas bobeou em duelos decisivos nas rodadas finais, afundou e terminou em 5° lugar.

O projeto, no entanto, ganhou mais força ainda diante da fome de títulos na atual temporada. As investidas de Textor não pararam - prova disso foram as chegadas de Luiz Henrique, Almada e Igor Jesus-, e o Botafogo, 1100 dias e três anos depois daquele empate amargo na Série B, alcançou seu auge: finalista da Libertadores, isso sem falar na liderança do Brasileirão sob comando de Artur Jorge.

A cereja pode ser colocada no bolo no dia 30 de novembro, quando os cariocas enfrentam o Atlético-MG na decisão do torneio continental. O palco é o Monumental de Núñez, também bem longe daquele Hailé Pinheiro, estádio que gerou frustração e acabou iniciando uma mudança que reacendeu a história do clube de tradições aos milhões.