É Natal!
"... De repente, dos dois avistam o que não é surpresa para ninguém neste período do ano: Papai Noel"
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
"... De repente, dos dois avistam o que não é surpresa para ninguém neste período do ano: Papai Noel"
Julio Oliveira
O tempo de renovação é o tempo de fazer pedidos. É quando o coração amolece e fica leve para ter vontades e desejos maiores, sem se preocupar mais com o que lhe deixou triste durante o ano.
É com esse sentimento que um pai passeia com o filho pelos corredores do shopping à procura de um presente. Olham cada vitrine. O pai, cauteloso, caminha em passos lentos a procurar aquilo que realmente possa surpreender um menino de nove anos, e não repetir bolas e camisas de time dos anos anteriores.
Mas não é fácil encontrar o que possa ter a atenção do guri que todos os anos espera que não seja surpreendido. Por isso, a cada vitrine em que ele identifica o que lhe enche o coração, os olhos brilham e os pés se movimentam num bailar de dribles e chutes. Ele gosta mesmo é da repetição, do comum e sem surpresas. O pai insiste em caminhar e procurar na esperança de impactar o filho com algo que o cative para emoções novas.
De repente, dos dois avistam o que não é surpresa para ninguém neste período do ano: Papai Noel. E vão em direção a ele. O Bom Velhinho, sentado, de braços abertos acolhe aquele menino que ainda não havia encontrado ou recebido seu presente. Sem qualquer cerimônia, sabendo dos seus direitos diante do bom senhor, faz seu pedido: “Papai Noel, você poderia me dar de presente o Londrina na Série B no ano que vem?”
O pai olha para o Papai e os dois arregalam olhos e silenciam diante do pedido inesperado. O menino virou adulto para pedir aquilo que não chegaria nesta quarta-feira, mas seria o que realmente o faria feliz. E esperando por uma resposta, olhava fixamente a barba branca e longa que escondia a boca que deveria murmurar o “sim’ que seus ouvidos ansiavam por ouvir.
Neste Natal somos todos este menino. Se o tempo é de renovação e ressurgimento de novos corações, que o nosso Tubarão possa ser novo, de novo. Ah, e qual foi a resposta do Papai Noel? Ele se curvou e cochichou no ouvido do atento garoto, falou tão baixinho que o pai, mesmo próximo, só conseguiu ouvir o final da frase: Feliz Natal.

