É campeão! É campeão!... Enfim torcedores e jogadores puderam soltar ontem o grito que estava entalado na garganta há cinco anos. E após o apito final, o Ginásio do Colégio Londrinense se transformou num palco de festa em comemoração ao feito inédito. A Unifil/Londrina/Sercomtel é campeã da Liga Nacional de Handebol Masculino de 2005.
É a primeira vez que uma equipe da cidade ganha um título nacional de Primeira Divisão. Pela importância, a conquista se iguala ao título do Londrina Esporte Clube na Taça de Prata de 1980 a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro na época.
''Entramos para a história do handebol. A gente merece. Londrina merece'', comemorou, aos prantos, o armador-central Cláudio, 25 anos, nascido em Arapongas, que está na equipe desde a sua fundação, em 1998 ele começou como juvenil, aos 18.
Ontem, Claúdio pôde sentir o gosto de uma vitória que ficará guardada para sempre na memória. ''Eu estava vendo esse jogo como se fosse o último da minha vida. Entramos com o coração e para ganhar. Machuquei o dedo no primeiro tempo, mas disse para mim mesmo que nada ia me tirar dessa partida'', declarou.
O armador-esquerdo Mão de Onça agradeceu a Deus pela boa atuação. ''Foi Deus que nos abençoou hoje. Não íamos deixar escapar esse título aqui dentro. Essa conquista sofrida oferecemos a todos aqueles que acreditaram em nós durante todos esses anos'', disse ele, entre lágrimas e com o filho no colo.
Mão jogou ontem no sacrifício, mas foi fundamental para a vitória, por 15 a 11, ao marcar três gols em momentos decisivos, quando o adversário dominava o jogo. O armador jogou com um dedo da mão esquerda fraturado, mas tentou esquecer a dor para ajudar a equipe em quadra.
''Entrei num momento crucial da competição (ficou fora de toda a fase final) e acho que hoje (ontem) era para dar tudo certo mesmo'', agradeceu Mão de Onça, que foi escalado mais para defender e acabou fazendo os gols que a equipe necessitava para sair com a taça o Pinheiros havia ganho a primeira partida por 23 a 21 e os londrinenses precisavam ganhar ontem por dois gols de diferença.
Campeão de verdade Quem estava ainda mais feliz era o pivô Alê, que marcou três gols, e vibrou ontem como se fosse seu primeiro título na verdade já foi campeão duas vezes pela Metodista, antes de 2002, mas como era júnior praticamente não entrava nos jogos. ''Estou sentindo o que é ser campeão somente agora. E pela Unifil a conquista teve um gosto especial. Aqui pude jogar de fato e ajudar a equipe desde o começo'', comemorou.
Para o ponta-direita Nande, que veio de Iporã (53 km a sudoeste de Umuarama) para Londrina em 1998, com 17 anos, o título foi ''fruto de um trabalho sério feito a longo prazo''. ''Começamos humildes, passamos por muitas dificuldades, tanto de estrutura quanto de recursos, mas fomos crescendo e esse título hoje coroa esse trabalho'', disse o jogador.
Em meio à comemoração dos colegas, o goleiro Maik, um dos destaques do jogo com defesas salvadoras, não se continha de emoção e corria de um lado para o outro: ''Cara, não dá nem para falar agora. Deixa eu festar porque esperamos muito por esse momento'', pediu ele à reportagem.
O técnico Giancarlo Ramirez atribuiu o tíulo ao espírito de luta da equipe. ''O segredo do sucesso é igual lutar contra um gorila. Você não pode desanimar enquanto ele está dando uma surra em você. E depois que o gorila cansa, você não pode parar. Tem que manter o mesmo ritmo porque é a hora de ganhar do gorila'', filosofou.