A maior discussão das últimas semanas no futebol foi a queda do Botafogo no Campeonato Brasileiro. Nada lógico para se concluir, apenas entendendo que o futebol permite resultados inexplicáveis às vezes, mas não em tantos momentos seguidos como aconteceu com a equipe carioca. O Glorioso abusou de quebrar todos os prognósticos possíveis em vários momentos da competição.

As análises vão ser as mais variadas, desde queda de rendimento natural à troca de técnicos que fizeram o time perder identidade, ou apenas o desgaste como justificativa para tantos pontos desperdiçados nos últimos minutos cedendo empates ou derrotas.

O que faltou para o Botafogo? Pode ser o que sobra para os times que encostaram na reta final: o hábito de estar sempre liderando e vencendo. Palmeiras e Flamengo são os maiores campeões nacionais nos últimos dois anos. E não são apenas as “camisas” vencedoras, mas também os jogadores atuais, em sua maioria, estiveram em campo nas conquistas recentes.

Estar acostumado a vencer faz a diferença nos momentos de crise. É preciso, sim, ter hábito vencedor para administrar os momentos adversos e não criar a ansiedade de algo inédito, exatamente pelo fato de “sempre” estar sendo campeão. Além do jejum de títulos expressivos do Botafogo, o elenco não tem jogadores tão campeões assim.

O domínio de situações e espaços se tornam naturais pela frequência que eles acontecem. Tudo é repetição, e leva à perfeição e controle naturais. O Botafogo carrega o estigma da conspiração contrária, o de que “tudo acontece contra o Fogão”.


E, além de vários fatores, o título escapou também pela falta de um DNA de time campeão.