RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Após vencer o Fortaleza no último domingo (22), pelo Campeonato Brasileiro, o Fluminense vira a chave e viaja à Bolívia para enfrentar o Oriente Petrolero, nesta quinta-feira (26), no estádio Ramón Tahuichi, em Santa Cruz de la Sierra, a partir das 21h30 (de Brasília) pela última rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana. Em terceiro lugar no Grupo H, com oito pontos, dois atrás do líder Junior Barranquilla, o time carioca tem um desafio grande para se classificar ao mata-mata.

Na Sul-Americana, somente o melhor de cada grupo avança às oitavas. O Fluminense precisa vencer por seis gols de diferença e torcer por um empate entre Junior Barranquilla e Unión Santa Fé, que entram em campo na mesma data e horário, para garantir uma vaga na próxima fase. Para isso, o clube tricolor espera que o técnico Fernando Diniz mantenha os indicadores positivos que vem alcançando desde sua contratação.

O início da nova passagem de Diniz pelo time carioca tem tido indicadores diferentes dos comumente imaginados pela torcida. Mais "maleável", o treinador está se adaptando e, até aqui, teve resultados positivos, mesmo que ainda sem ter alcançado o estilo de jogo que deseja. No atual cenário, vem atingindo um dos quesitos apontado por ele mesmo ao retorno às Laranjeiras.

O comandante foi anunciado no fim de abril, substituindo Abel Braga, e está invicto, com quatro vitórias e dois empates. Conhecido por ser um técnico que busca fazer o time valorizar a posse de bola e a troca de passes, Diniz mostra que também pode encontrar soluções a curto prazo, e com respostas satisfatórias.

Na vitória sobre o Fortaleza, no último domingo, por exemplo, o Fluminense teve menos posse de bola, com 42,2%, e trocou menos passes que o adversário, mas deixou o campo com os três pontos. O clube tricolor também esteve atrás em posse no empate com o Palmeiras, no Allianz Parque, quando teve 49,9%, segundo dados do Footstats.

Este, talvez, tenha sido um dos grandes obstáculos da primeira caminhada do treinador nas Laranjeiras, em 2019. Na ocasião, o time conseguia reter mais a bola, criava oportunidades, mas os resultados não aconteceram. À época, a ausência dos triunfos fez a pressão aumentar, e ele acabou se despedindo do clube. De lá para cá esteve no São Paulo, Santos e Vasco.

"Eu pretendo ganhar muito mais do que ganhei em 2019, para ser bem objetivo, e melhorar também o rendimento. Mas o principal é ganhar mais partidas. Eu estudei muito, revi muitos jogos que eu fiz, assisti jogos de tudo que é divisão, de tudo que é país. Eu volto muito melhor do que eu parti em 2019", disse, na coletiva de apresentação.

Ciente do peso que as vitórias dão à trajetória, Fernando Diniz vem moldando a equipe de acordo com o tempo de treinamento que tem, em meio ao apertado calendário com viagens e compromissos pelo Brasileiro, Sul-Americana e Copa do Brasil.

Apesar disso, não deixa de fazer testes e procurar artifícios para melhorar o desempenho. O volante Yago Felipe tem sido utilizado como lateral direito, enquanto Ganso e Nathan formam dupla de criação no meio, para citar algumas alterações realizadas por ele em relação ao trabalho de Abel.

"Acho que soubemos aproveitar os espaços em campo. (...) Queremos que o Fluminense jogue de maneira mais plástica, sempre vamos tentar fazer isso. A ideia era essa, mas o nosso plano B foi muito bem elaborado para nos defendermos bem. Depois do gol, existe naturalmente movimento de recuo, de maneira instintiva, o que não gosto de fazer. O time ficou dividido entre pressionar e se defender, e quando fica assim, fica mais perigoso. O Fortaleza podia causa mais danos. Mas, embora não pareça, a situação ficou bastante controlada", salientou, depois do triunfo na Arena Castelão.

Há também um outro ponto. Além da admiração que já externou por Ganso, o goleiro Fábio e o atacante Cano foram outros a se tornaram também homens de confiança do treinador para o equilíbrio do time — o argentino, inclusive, marcou quatro vezes nos últimos cinco jogos.

Uma outra característica que os comandados de Diniz têm mostrado é a intensidade nos minutos iniciais. Dos oito gols marcados até o momento, em metade deles a rede balançou até os 10 minutos de jogo, o que tem feito o time criar vantagem no placar ainda cedo e criando um novo panorama na partida.

O Fluminense embarcou para a Bolívia sem o lateral-esquerdo Pineida, que passa por exames físicos, o volante Felipe Melo, que ainda se recupera de cirurgia no joelho, o zagueiro Nino, afastado após lesão na coxa esquerda, e o atacante Fred, afastado após voltar a se queixar de "visão dupla" (a chamada diploplia). Em compensação, John Kennedy, que se recuperava de cirurgia no pé, viajou com a delegação e pode atuar na partida. Uma provável escalação inicial do time carioca tem: Fábio; Yago Felipe (Calegari), Luccas Claro, David Braz e Marlon; Wellington, André, Nathan (Willian Bigode) e Ganso (Arias); Luiz Henrique (Caio Paulista) e Germán Cano.

Já o Oriente Petrolero, do técnico Erwin Sánchez, é o lanterna do Grupo H, com zero pontos, e joga para cumprir tabela. Uma provável escalação inicial do time boliviano tem: Wilson Quiñónez; Raimundo García, Maximiliano Caire, Leandro Zazpe e Cristhian Paz; Wilfredo Soleto, Hugo Dorrego, Luciano Guaycochea, Daniel Rojas e Héctor Sánchez ; Facundo Suarez.

Estádio: Ramón Tahuichi, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia)

Horário: Às 21h30 (de Brasília) desta quinta-feira (26)

Árbitro: Guillermo Guerrero (EQU)

Transmissão: Conmebol TV