Recuperando-se de cirurgia, Neymar é a maior arma brasileira na briga pelo hexa
Recuperando-se de cirurgia, Neymar é a maior arma brasileira na briga pelo hexa | Foto: Joe Klamar/AFP



A 21ª Copa do Mundo, que começa nesta quinta-feira (14) com Rússia x Arábia Saudita, às 12 horas (horário de Brasília), em Moscou, será mais um capítulo da histórica rivalidade entre as duas escolas que dominam o futebol mundial: a europeia e a sul-americana. Um ingrediente extra apimenta esta edição: nunca na história das Copas houve um momento em que um dos lados esteve tão acima do outro.

Os europeus vêm de três títulos consecutivos, com a Itália, em 2006, a Espanha, em 2010, e a Alemanha, em 2014. Antes desse período, o máximo que qualquer um dos dois lados havia conseguido havia sido duas conquistas seguidas – a Europa, com o bicampeonato italiano em 1934 e 38, e a América do Sul, com o Brasil, em 58 e 62.

Até 2002, os sul-americanos tinham a maioria dos títulos, nove contra oito. De lá para cá, os europeus empataram e viraram a disputa, e hoje ostentam 11 conquistas. Das seis seleções que fizeram as finais das últimas três Copas, apenas uma (a Argentina, em 2014) era da América do Sul.

É um domínio que espelha o que já ocorre no Mundial de Clubes. Impulsionados pelo poderio econômico e contando com os melhores jogadores dos outros continentes, os times da Europa venceram nove das dez últimas edições do torneio.

Dos três campeões mundiais sul-americanos, o que chega com mais moral à Rússia para desafiar essa hegemonia é o Brasil. Após o traumático 7 a 1, a seleção ficou dois anos à deriva com o técnico Dunga e só conseguiu se recuperar quando Tite assumiu o comando. Saiu de ameaçado a não se classificar a dono da melhor campanha das Eliminatórias Sul-Americanas e é considerado por unanimidade um dos favoritos ao título.

A incógnita é seu melhor jogador, Neymar. O atacante, um dos três finalistas da eleição de melhor jogador do mundo no ano passado, foi submetido a uma cirurgia no pé direito no início de março e só agora volta aos gramados. Em amistosos contra Croácia e Áustria, fez um golaço em cada jogo.

O Uruguai, com seu problema histórico de renovação devido às dimensões do País, segue apostando na dupla Cavani-Suárez, e a Argentina, em Messi, após uma campanha irregular nas Eliminatórias, nas quais só se classificou na última partida. A desconfiança aumentou após uma goleada (sem Messi) por 6 a 1 sofrida para a Espanha em amistoso no final de março.

Na Europa, a atual campeã Alemanha desponta novamente como favorita. Com a Itália fora, a única seleção que pode igualar neste Mundial o recorde brasileiro de cinco títulos vem com um time composto por remanescentes de 2014 e uma leva de novos jogadores, que mostraram serviço com o título da Copa das Confederações em 2017. Entretanto, um tabu atrapalha os alemães: dos três maiores campeões mundiais, são os únicos que nunca conseguiram ganhar dois títulos seguidos.

Inglaterra, Espanha e França, com uma conquista cada, comparecem com gerações inspiradas, com destaque para a última, com Griezmann liderando a melhor seleção francesa em Copas desde a época de Zidane.

Correndo por fora, estão a Bélgica, com um grupo de atletas elogiados que ainda não corresponderam às expectativas quando atuaram juntos, e o campeão europeu Portugal, com Cristiano Ronaldo encarando o mesmo desafio de Messi: na sua quarta tentativa, fazer uma Copa à altura da sua genialidade.