De ídolo a carrasco
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segunda-feira, 22 de setembro de 2014
THIAGO CORREIA<br>[email protected]
Sabe aquele livro mais ou menos que você lê, mas o fim é tão espetacular que faz todo ele valer a pena? Foi o que aconteceu ontem no empate em 1 a 1 entre Manchester City e Chelsea, no Etihad Stadium. Não pelo placar, ou pelo que significa no Campeonato Inglês. Mas pelo autor do gol dos donos da casa: Frank Lampard.
Não se trata de um jogador qualquer, mas de um dos maiores da história do Chelsea. No entanto, Lampard fora dispensado ao fim da temporada passada.
O jogo não foi lá essas coisas. Na verdade, até a metade do segundo tempo, foi chato. Os dois técnicos escalaram times medrosos e sem criatividade. O Manchester City tomou o controle da partida desde o início, teve muito mais posse e até conseguia penetrar na área. Mas finalizar com perigo, que é bom...
O panorama mudou no meio do segundo tempo. Diego Costa "cavou" a expulsão de Zabaleta e uma pequena confusão após falta do argentino, que até tentou fugir da discussão. Mas o árbitro não quis saber e amarelou ambos. Como o Hermano já tinha cartão, saiu. Quatro minutos depois, Schürrle aproveitou passe do apagado Hazard e abriu o placar para os visitantes.
O Chelsea controlou os minutos seguintes e parecia que não iria sofrer danos. Até que veio o ídolo.Ou o carrasco? Lampard entrou, foi aplaudido pelo estádio inteiro. A torcida do Chelsea até cantou a sua antiga música. Mas, a poucos minutos do fim, veio o lançamento, Milner ajeitou, e, cheio de categoria, o craque tirou de Courtois.Nada de comemoração, e, ainda assim, reverência da torcida do Chelsea. Prova de que nunca deixará de ser um ídolo dos Blues.
O Manchester United teve ontem, pela primeira vez, o quarteto formado por Di María, Rooney, Falcao García e Van Persie.E eles funcionaram bem, já que marcaram três gols, mas a defesa colocou tudo a perder, e os Red Devils perderam para o Leicester por 5 a 3 fora de casa.
E isso após ter o jogo praticamente controlado. O Manchester United chegou a abrir 3 a 1.Van Persie fez o primeiro, após bom passe de Falcao, e, depois de receber de Rooney, Di María fez um golaço. Todos do quarteto já tinham sido importantes. Ulloa diminuiu ainda no primeiro tempo, e, na etapa final, Herrera fez, de letra, o terceiro dos visitantes.
Foi então começou o "massacre" do Leicester. Rafael derrubou Vardy, e Nugent diminuiu de pênalti. Dois minutos depois, o veterano Cambiasso empatou. Na sequência, Vardy virou, e Ulloa, em novo pênalti, fez o quinto. Esses quatro gols foram em apenas 11 minutos.
Lampard poderia ter evitado o gol de ontem. O técnico do City, Manuel Pellegrini, disse que deu liberdade para que o jogador decidisse se entraria ou não:
- Perguntei se ele queria se envolver, e é claro que ele disse que sim. Mostra como é um grande profissional. É claro que não ficou feliz por marcar em um clube tão importante para ele.
O próprio jogador não fez nenhuma questão de esconder sua emoção e lembrou que ficou com uma mistura de sensações.
- Foi difícil. Não seria profissional se não entrasse e fizesse o meu trabalho. Mas não esperava entrar e marcar - garantiu.