Imagem ilustrativa da imagem Da periferia para o bi olímpico
| Foto: Luciano Belford/Frame Photo/Folhapress
Bicampeão mundial, dois ouros e duas pratas, Serginho disputou quatro finais olímpicas e entrou para a história



Rio de Janeiro - Acabou! Enfim, Serginho vai poder tomar sua tubaína, buscar o filho segunda-feira no colégio, ir aos aniversários da família e cuidar de cavalos.
Na madrugada de sábado, logo após a classificação para a final, o melhor líbero de todos os tempos começava a realizar o sonho de ficar com a família, sem o sofrimento e a responsabilidade que perseguem os atletas.
Agora é bicampeão olímpico. Até hoje eram apenas 12 brasileiros. Dois no vôlei, com Giovane e Maurício. Último ato de quem expressou durante as últimas duas semanas de Olimpíada no Rio o sonho de descansar. "Não aguento mais", "Não vejo a hora de acabar", "estou velho", não se cansava de repetir o incansável Serginho.
Dentro de quadra, porém, via-se o outro homem. O Escadinha do vôlei. Aquele que recebeu o apelido pela semelhança física com o famoso traficante carioca dos anos 1980 e 1990. Hoje, ainda chamado de Escada por companheiros e por Bernardinho, o garoto que já vendeu de geladinho a água sanitária nas ruas de São Paulo, agora vende sonho para garotos "baixinhos" como ele. Inspira gerações como foi inspirado a jogar vôlei pelos campeões olímpicos de Barcelona-1992.
Do primeiro ao último ponto, nas duas derrotas ou nas seis vitórias no Rio, lá estava o jogador mais vibrante da seleção brasileira.
Essa é a função do alto do seu 1,84 m, evitar pontos. E assim foi eleito melhor do mundo em 2009, fato inédito em sua posição, que foi criada depois dele tentar ser ponteiro, sem sucesso.
Bicampeão mundial, dois ouros e duas pratas olímpicas, o único remanescente da equipe campeã dos Jogos de Atenas-2004 reencontrou a Itália em uma decisão neste último dia de Olimpíada.
Assim como na primeira vez, venceu na despedida."Não aguento mais viajar", afirma o atleta que quer mesmo é cuidar de cavalos no haras em Jarinu (SP) e da família na zona norte da capital paulista a partir de agora. "Quero ficar de onde eu vim, do meio do mato", diz o filho de Diamante do Norte (PR) (Folhapress)