Craques tentam derrubar o tabu contra veteranos
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domingo, 05 de março de 2000
Craques tentam derrubar o tabu contra veteranos O goleiro Hélton ainda usava fraldas quando Mauro Galvão conquistou o título brasileiro pelo Inter, em 79. Nem por isso o experiente zagueiro do Vasco sente-se um veterano toda vez que entra em campo e olha para o menino que está no gol. Para ele, idade não importa, o que vale é o desempenho e a dedicação do jogador em campo. Aos 38 anos, mais de mil jogos como profissional, Galvão está ajudando a derrubar o tabu que imperava no futebol, rotulando o atleta que passava dos 30 de jogador em fim de carreira. O segredo para estar sempre em forma, segundo Mauro Galvão, é simples: dedicação aos treinos, boa alimentação, cuidados para evitar exageros na bebida, dormir cedo, evitar badalações, enfim tomar conta do corpo, que é seu principal instrumento de trabalho. Um dos grandes desafios para o jogador de idade mais avançada é vencer as desconfianças. Quando começam a falar que você está velho, tiram todo o seu estímulo, comenta o ex-jogador Júnior, que atuou profissionalmente até os 39 anos e hoje, aos 45, é o maior astro do futebol de areia. Júnior explica que sua formação na praia lhe deu uma base muscular que o ajudou a ter vida longa no futebol. Mas os cuidados eram imprescindíveis. Nunca deixei de ir ao samba e tomar uma cervejinha, mas sempre procurei ter uma vida regrada e era sempre o primeiro a puxar as filas nos treinos, orgulha-se. O novo Rei da Praia foi campeão brasileiro com o Flamengo em 1992, quando tinha 38 anos. Jogou por mais um ano, mas um dia notou que já não tinha a velocidade de antes para acompanhar os garotos. Foi então que percebi que era a hora de parar e abrir espaço para os mais novos, comenta Júnior. Chega uma hora que não dá para ir contra a natureza. (PG)