SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Walter Feldman não é mais secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Feldman foi demitido pelo atual presidente em exercício da confederação, o coronel Nunes, nesta quinta-feira (17). Ele era considerado aliado de Rogério Caboclo até pouco antes da denúncia de assédio sexual que afastou o mandatário da confederação por 30 dias, a princípio.

O ex-secretário chegou a ser demitido por Caboclo no penúltimo dia de sua gestão, quando Feldman tentava convencê-lo a se licenciar da presidência da entidade para se defender das denúncias. Contudo, foi readmitido por Nunes no último dia 7, mesmo data do recebimento da carta de dispensa, assinada dois dias antes.

A informação foi publicada inicialmente pelo site GE.com e confirmada pela reportagem.

Feldman estava no cargo desde 2015, quando foi chamado por Marco Polo del Nero (ex-presidente banido por corrupção) para trabalhar na confederação. Antes disso, durante a eleição de 2014, ele foi coordenador da campanha de Maina Silva para a presidência da República.​

Fabio Zebini, diretor de mídia da entidade, assume o cargo de secretário-geral. Ele acumulará as duas funções temporariamente, afirmou a CBF em nota.

"A CBF agradece a Feldman pelos relevantes serviços prestados ao longo dos últimos seis anos", diz trecho do comunicado.

Caboclo era talvez quem mais confiasse em Feldman em toda a CBF. Após o racha entre os dois, o secretário se viu isolado e por um fio dentro da entidade.

Internamente, especula-se que outros nomes ligados ao presidente afastado possam deixar a entidade nos próximos dias.

​Rogério Caboclo foi afastado da presidência pelo Comitê de Ética da CBF no último dia 6, após sua secretária acusá-lo de assédio moral e sexual.

Outras duas funcionárias da instituição foram citadas pela secretária do dirigente afastado como possíveis vítimas.

Mesmo antes da denúncia formal, os boatos sobre o assédio já corriam pelos corredores da confederação e causava mal-estar nos bastidores da entidade.

Como homem de confiança de Caboclo, Felman já havia aconselhado o mandatário em outras ocasiões a se afastar do cargo para poder se defender, mas em vão.

A última delas, e que marcou o rompimento, foi no mesmo dia em que a denúncia formal foi protocolada pela funcionária, em 4 de junho.

Em uma reunião em Porto Alegre, Caboclo teria novamente se recusado a deixar o cargo, e Feldman o avisou que, então, trabalharia pela sua saída, que viria a acontecer dois dias depois.

Procurado, Feldman não se pronunciou sobre o tema.