O Centro de Treinamento da Graciosa, em Curitiba, de propriedade do Coritiba, corre o risco de virar condomínio de luxo ou área recreativa de um banco, por causa de uma operação financeira mal-sucedida no final dos anos 90.
O presidente do clube, Francisco Araújo, afirmou ontem, em Curitiba, que o CT será utilizado como reforço da garantia que o clube dará na próxima semana, na negociação de sua dívida com o Bradesco, estimada em R$ 30 milhões, e que o clube pretende pagar em cinco anos.
A bola de neve em que se transformou os débitos alviverdes, teve um reforço com a compra do atacante Cléber, em 1997, por aproximadamente US$ 2,6 milhões. Com o fim da paridade cambial, e os juros atrelados à moeda norte-americana, o valor do atleta explodiu e desde então o clube entrou em um emaranhado financeiro.
Araújo confirmou a transação um dia após o superintendente Carlos Zanetti, negar qualquer tipo de envolvimento do patrimônio alviverde nas negociações. ''A principal garantia é o aval de Sérgio Prosdócimo, mas vamos utilizar o CT como caução'', afirmou o presidente.
Avaliado em aproximadamente R$ 8 milhões, em uma área de 73 mil metros quadrados, o CT foi inaugurado em 1997, e está localizado na divisa de Curitiba e Colombo ao lado de dois condomínios de luxo
Enquanto o clube tenta acertar suas contas, os jogadores esperam melhorar o rendimento no jogo contra o América (MG), amanhã, às 16 horas, no Mineirão, em Belo Horizonte.
Para essa partida, o técnico Ivo Wortmann deve montar sua defesa com Paulo Roberto, Pícoli e Edinho Baiano. Reginaldo Nascimento, que cumpriu suspensão automática por cartão amarelo, volta ao meio-campo. O atacante Evair, afastado há 22 dias por causa de uma lesão, pode retornar ao time na partida contra o Paraná Clube, no dia 8.
Antes do treino de ontem, os atletas ouviram uma palestra do engenheiro e neurolinguista Evandro Mota, que falou aos jogadores sobre superação e motivação.