São Paulo, 29 (AE) - A comissão técnica do Corinthians já iniciou o trabalho psicológico e emocional para tentar convencer o goleiro Dida a permanecer no clube, após o vencimento de seu empréstimo que termina dia 30 de junho. "Temos de fazer todos os esforços possíveis, pois não se trata de um goleiro normal, mas do goleiro do momento", disse o técnico Oswaldo de Oliveira.
Paulo César Gusmão, preparador de goleiros do Corinthians e da seleção, faz coro. "Ele (Dida) precisar analisar o momento; hoje ele é unanimidade absoluta não só no Corinthians, como na seleção e no mundo do futebol", disse Paulo César. "É um ano de olimpíada e eliminatórias para a copa e ninguém sabe como seria uma adaptação ao futebol italiano", advertiu. "Uma má temporada e você pode ter seu trabalho esquecido."
Dida foi o único dos quatro jogadores corintianos que participaram da partida contra a Colômbia, em Bogotá, a participar do treino de hoje à tarde no Parque São Jorge. Aparentemente calmo e tranquilo, como sempre, o jogador disse que não foi informado de nada e também não está preocupado com seu futuro. "Só quero saber do jogo de sábado contra a Ponte", desconversou.
Dida disse que não quer dar nenhum tipo de declaração. "Minha situação é difícil; tenho contrato de dois anos com o Milan e ainda estou jogando pelo Corinthians", disse o goleiro. "Não estou preparado para falar nisso agora", disse Dida, que tem compromisso com o time italiano até o fim de 2001. O atleta esta até tentando conseguir uma dupla nacionalidade com algum país europeu, obter o passaporte da Comunidade Européia para poder atuar com maior tranquilidade no velho continente.
Dida conversou com Taffarel, ex-goleiro da seleção e do Parma.
"Ele (Taffarel) me disse que muitas vezes não jogava, pois o treinador preferia escolher um jogador de linha estrangeiro para jogar e o Taffarel nem podia ficar no banco; com a dupla nacionalidade ficará mais fácil."
A diretoria do Corinthians já enviou os US$ 4 milhões para o Milan e aguarda uma resposta até o dia 31 de maio do clube italiano, que poderá usar o direito de recompra para aumentar o valor do passe do atleta.