Copa das zebras ou da mesmice?
quando a história de uma campeã mundial não é fator para superar equipes menos tradicionais é porque o futebol não sobressai
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 05 de dezembro de 2022
quando a história de uma campeã mundial não é fator para superar equipes menos tradicionais é porque o futebol não sobressai
Por Julio Oliveira
A Copa do Catar tem revelado muitas surpresas. E não são positivas, até porque as seleções que surpreenderam não apresentaram futebol que pudesse encantar. Apenas zebras. Mas será que são zebras, de verdade?
Se formos pensar pelo “peso” da camisa, a desclassificação de Alemanha e Bélgica não estava na aposta de ninguém e tirou um pouco o brilho da competição. Não sou da opinião que é melhor os fortes saírem para o caminho do Brasil ficar mais fácil. Gosto das grandes seleções e dos grandes jogadores se enfrentando, proporcionando duelos emocionantes, competitivos e que vão ficar marcados para sempre.
Mas quando a história de uma campeã mundial ou candidatas ao título não é fator para superar equipes menos tradicionais é porque o futebol não sobressai, não é superior. E ponto. Há uma igualdade cada vez mais clara das diferentes escolas no futebol mundial e esta tem sido a grande mensagem deste mundial.
Esta é a Copa da igualdade tática, dos estilos semelhantes, do embate duplo e nada de ousadia. Não há modelo inovador. Não há estilo diferenciado. Os africanos jogam no mesmo modelo dos europeus, os asiáticos no mesmo desenho tático dos sulamericanos e assim vai. Não há proposta nova e nem possibilidade de se jogar diferente quando todo mundo vê todo mundo jogar.
Quando uma Arábia Saudita vence a Argentina e Costa Rica não se classifica mesmo vencendo o líder do grupo, já é um alerta para entender que a globalização deixou clubes mais importantes que seleções, que alguns times são as verdadeiras seleções da atualidade, quando falamos de novas propostas no futebol.
O torneio está afunilando e a diferença vai ser a individualidade de Messi, Neymar, Vini Jr, Modric, Mbappé, Gakpo. No mais, só times com dois jogadores sempre bem abertos, inversões contínuas e compactação absurda.
Para ser a Copa da zebra realmente só se tivermos um campeão africano ou asiático. No mais, será da mesmice, com um europeu, Brasil ou Argentina conquistando o título.
Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.