SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Conmebol, por meio de nota enviada à Fifa na noite desta terça-feira (14), condenou as declarações xenófobas dadas por Arsene Wenger sobre Mbappé, francês que é um dos principais nomes do esporte no mundo.

Na semana passada, o ex-treinador do Arsenal, que também é francês e hoje trabalha como chefe de desenvolvimento da entidade máxima do futebol, proferiu a seguinte frase ao falar sobre o atacante do PSG: "Se ele [Mbappé] tivesse nascido em Camarões, não teria se tornado o atacante que é hoje. Existe a Europa e existe o resto do mundo".

"A Conmebol está firmemente comprometida com o combate a expressões e gestos racistas ou discriminatórios, sejam eles provenientes de torcedores nos estádios, atletas e treinadores em campo, ou dirigentes, por meio de declarações públicas", iniciou o órgão sul-americano na carta.

"As palavras de Wenger, além de revelar uma inusitada ignorância sobre a valiosa contribuição dos jogadores africanos para o futebol mundial —especialmente para o futebol europeu—, mostram um viés degradante que inviabiliza os esforços de atletas e instituições esportivas que não 'estão na Europa'. Muitas vezes, os preconceitos mais condenáveis se disfarçam de reflexões 'fundadas' e 'inteligentes'", prosseguiu a Conmebol.

Na sequência do texto, a entidade relacionou a polêmica envolvendo Camarões com a América do Sul. "Assim como os africanos, nós, sul-americanos, conhecemos muito bem e em primeira mão esse tipo de atitude, que nasce da crença de que o mundo começa e termina na Europa".

Por fim, a Conmebol ressaltou que "o talento, o espírito de sacrifício e o desejo de superação dos jogadores africanos e sul-americanos devem ser valorizados e respeitados".